Entre as brechas do tempo...

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Entre as brechas do tempo está a saudade

Entre os canteiros, uma primavera florida

Que enfeitam portas, e mendigam guarida

E ao mesmo tempo mostram-se à liberdade

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Apesar do seu interior já não ser habitado

Ainda existem as fragrâncias pelos cantos

E as flores nos beirais, são puros encantos

Deixando olhar de quem passa enamorado

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Quantas histórias guardadas nos silêncios

Das paredes, ainda compostas de segredos

Ficam por desvendar entre portas fechadas

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E entre as brechas do tempo, os resquícios

Onde tudo se passou, e também os enredos

Fazem parte d'uma beleza já abandonada.

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Cidália Ferreira