30 de setembro de 2020

O tempo é curto, é preciso viver

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Braços entrelaçados em pura descontração
Brisa, maresia, e a fragrância das ruas
Numa viagem pelas memórias do tempo
Onde o tempo é curto, é preciso viver
Sem ter medo do que virá sem se saber
O tempo é curto, não façamos dele o tormento
Onde os pensamentos e as palavras cruas
Podem ser levadas, e sentidas pelo coração
*
Descontração nos pensamentos que vagueiam
O murmurar das águas que ondulam felizes
Um sorriso envergonhado na sombra que fica
Onde se deixam palavras por dizer, e refletir
Apenas eu saberei para onde pretendo ir
Não existem obstáculos no que me identifica
Não fosse, o segredo dos dias com deslizes
Não saberia a importância dos que me rodeiam.
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Cidália Ferreira

29 de setembro de 2020

Na melancolia do tempo...


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Na melancolia do tempo que me acompanha
Há um livro escrito em palavras verdadeiras
E versos, por onde o meu pensamento viaja
*
Um espaço onde o meu silêncio acompanhado
Pelas aves, que esvoaçam, entre os arvoredos
O pelos seus cânticos confinados ao desalento
*
Leio no meu silêncio enquanto prendo o olhar
No meu pensamento ecoam palavras de amor
Aquelas, que não te digo, por falta de coragem
*
Nesta melancolia tento baloiçar, para me sentir
E recordar as mais belas poesias que te escrevi
Mas dou por mim, de sorriso no rosto, contido
*
Mudo de página, e da emoção, faço o silêncio
Recordo os momentos mais belos que passei
No dia, em que conheci, o mundo da fantasia.
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Cidália Ferreira.

27 de setembro de 2020

Existe sempre um momento.

By - Luísa Martins

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No areal vazio, cai a noite, lentamente
Sobre alguns dos serenos pensamentos
O sol alaranjado despede-se docemente
Fica um silêncio na alma sem lamentos
*
Nas pegadas da areia deixadas à deriva
Vê-se o movimento que outrora passou
Cada um deixou sua marca, d'uma vida
E seguiram, para eu descobrir quem sou
*
E nestes momentos de pura envolvência
Onde o meu olhar fica preso pela beleza
E descubro, que afinal, se sente carência
*
Inspiram-me, as recordações, de outrora
Mesmo que ao mar se mostre a fraqueza
Existe sempre um momento, e uma hora
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Cidália Ferreira 

25 de setembro de 2020

Cores matizadas, alegres ciprestes

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Cores matizadas, alegres ciprestes
Árvores que nos dizem até um dia
Ficam as folhas caídas, por magia
Prometendo voltar, um dia destes
*
Sã a magia, que os mais pequenos
Desenham nas folhas com jeitinho
Guardam-nas, com algum carinho
Como se fossem elegantes acenos
*
Marcam a passagem duma estação
Mostrando a beleza que esmoreceu
Sendo sempre útil em cada coração
*
Mas sopradas pelo vento do destino
Como quem para longe já as varreu
Ficando um desalento tão repentino
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Cidália Ferreira

24 de setembro de 2020

Onze anos...

Onze (11) anos depois, a minha gratidão pela vida. Por vocês, amigos virtuais, e amigos que fiz e conheci pessoalmente... Como nada acontece por acaso, e este “acaso”, deu-me oportunidade de estar aqui convosco 

Devo a minha vida a uma equipa fantástica e maravilhosa de Enfermeiros/as, Médicos/as e Auxiliares, de um dos Hospitais de Coimbra. (Bloco de  Celas ).
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Primeira palavra do Potinho. A minha gratidão.

Cidália Ferreira.  

23 de setembro de 2020

São os filhos, o nosso bem maior

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Dia dos filhos são todos os dias da vida

Assim como o dia dos pais,

Nunca haja restrições à nossa condição

À condição de Pais e Avós,

São os filhos que nos ensinam a viver

Que nos dão noites sem dormir

Que nos dão grandes alegrias,

Algumas tristezas, escondidas

No meio de alguma solidão,

São os filhos, o nosso bem maior

O orgulho de uma geração,

Se houver compreensão e carinho

Acredito, que nunca ficaremos sós

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Sou uma Mãe e Avó muito grata, e orgulhosa pelos Meus.

Cidália Ferreira

O medo que espreita ...

(Imagem da net)
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Acreditando que amanhã seja melhor
Sabendo que a dificuldade nos segue
Não há nada que mais desassossegue
Que este retraimento, seja a quem for
*
Silêncio, ansiedade, o medo de errar
O medo de não ver, o que é invisível
O receio do abraço do mais sensível
Sem que o medo nos  tente derrubar
*
E acreditando num amanhã sem dor
Haverá sempre a linha do desespero
A vontade de abraçar o mais sincero
Mostrar que no coração existe amor
*
Nunca  foi tão essencial  como agora
União e cuidado, muita compreensão
Pois o perigo espreita a qualquer hora
Não escolhe, nem permite, a saudação
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Cidália Ferreira 

21 de setembro de 2020

Palavra mágica...Obrigada/Gratidão

 
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Obrigada, pela vida, em cada amanhecer

Bom seria, se nos pudéssemos unir

Reinventar quando nos sentimos sós

Ir em frente, não ter medo de arriscar

Guardar sempre algo, o melhor de nós

Ainda que nos sintamos a vacilar

Duma vida que nos tenta trocar as voltas

Abrir as mãos à gratidão, todos, o podemos fazer

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                                           Gratidão

                                                Reconhecimento

                                                     Apaziguamento

                                                           Tolerância

                                                                  Importância

                                                                        Dedicação

                                                                             Agradecer

                                                                                    Obrigação

Cidália Ferreira 🙏

Dizem que hoje é dia do Obrigada. [ Para mim é todos os dias ] Obrigada a todos os que me consideram, visitam e comentam.🌹

20 de setembro de 2020

Vagueávamos nas ondas do mar

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Sobre as ondas do mar por onde vagueámos
Enfrentámos sonhos, pesadelos, ou talvez não
Sentimos na força das ondas outra energia
No céu existiam cores matizadas, era o sol
Que nos deixava, com seu jeitinho especial
Nos brindava ao final do dia com seu melhor
*
Era como quem remava, contra outra maré
Num mar pleno de amor e de ondas desfeitas
A nossa união continuava dentro de um sonho
Um sonho só nosso. Poderia ser uma ilusão
A lealdade era o elo da nossa fortaleza
O mar era o conselheiro das nossas viagens
*
Vagueávamos um no outro sem ter contacto
Sentíamos que pertencíamos um ao outro
Mesmo que fosse a fantasia das nossas vidas
Ambos conhecíamos o toque do nosso beijo
Ainda sentimos nos lábios, o sabor a sal
Nos corações, o consolo de nos preenchermos.
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Cidália Ferreira 

Para todas as amigas e amigos deste nosso cantinho, desejo-vos um excelente fim de semana 

19 de setembro de 2020

Pensamentos confinados...

 

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Tenho, meus pensamentos confinados
Num amor que não pretendo esquecer
Nem deixar de lembrar meus passados
Sinto meus pensamentos a desobedecer 
*
Atrás da grade do pensamento, o olhar
Um olhar sem destino, em embriaguez
Pelos labirintos, sinto-me, a mergulhar
Numa tristeza por te sentir falta, talvez
*
Posso sentir-me afastada da multidão
Ou, parecer desinteressada do mundo
Não... apenas estou na minha solidão
*
Uma solidão rodeada de gente sem voz
Uma saudade tremenda a cada segundo
E meus pensamentos confinados, e sós
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Cidália Ferreira.

17 de setembro de 2020

Sinto, que meu corpo se perde do teu laço

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Sinto que o meu corpo já não se aguenta
Com as tempestades que a vida oferece
Sinto, que o meu corpo nem se lamenta
Não reage, mas também não se esquece
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Não se esquece que existes em meu peito
Nem dos carinhos dúbios que seduziram
Meu coração, quando sofreu preconceito
Mas assim, sei, que os meus olhos viram
*
Viram, um exímio coração, que os ajudou
Em certos dias da vida e de tanto cansaço
É o passado, que não volta, a quem amou
Sinto, que meu corpo se perde do teu laço
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Cidália Ferreira

14 de setembro de 2020

Quantos segredos se contam ao mar.

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Ondas revoltas dispersam nas pedras
Com a alvura que o olhar merece
Saltam salpicos, molham-me o rosto
Sorrio, com o meu melhor gosto
Dos momentos de quem não esquece
Que o mar é um balsamo, sem regras
*
Quantos segredos se contam ao mar
Quando um coração sofre a desilusão
E as palavras se soltam livremente
Mesmo que não sejam para sempre
Existem labirintos, no areal, de ilusão
Que se abrem quando existe um olhar
*
Batem nas rochas que constantemente
Esperam que as próximas sejam suaves
Mas, sem a convicção de revolta
E quando o meu sonho se solta
Sinto-me em liberdade, como as aves
Que vão, mas voltam, espontaneamente.
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Cidália Ferreira 

12 de setembro de 2020

Será o destino mais forte do que o pensamento

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No silêncio dos meus recantos onde me curvo
Como se fosse a linha da vida, sem ter limites
Desorientada, acordo e levanto-me, vejo turvo
*
Sigo os trilhos de uma vida que não é a minha
Assim diz a minha mente, que dorme e acorda
Quando o dia não abre, a minha alma caminha
*
No meu silêncio, o opaco, é o verdadeiro hino
Quando me assossega a alma, das intempéries
Porque será sempre este o meu grande destino
*
Será o destino mais forte do que o pensamento
Ou o sonho feito pesadelo neste ermo sem fim
Será o tempo, que me traz alegria e o tormento
*
Se nos meus recantos existir outra vida... quero
Quero seguir em frente até encontrar minha paz
Mesmo, que a neblina seja do tempo que espero
*
Tempos difíceis...e numa constante insegurança
Sigo a linha que me guia, e num caminho árduo
Faço dele, a minha lição de vida, com esperança
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Cidália Ferreira

10 de setembro de 2020

Sonhava ser ...

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Sonhava ser o sol quando nasce
Ser, o raio de sol mais cintilante
Ser dum universo mais aliciante
Sentir o mundo, quando renasce
*
Sonhava ser, a nuvem mais bela
Ser o perfume da tua primavera
Que fosse matizado em aguarela
E nunca fosse tão seca, e severa
*
Nos raios dourados existia brilho
Existia a renovação, a esperança
Dum futuro que tanto se ansiava
*
Existia o antes, e depois do trilho
Existia o sonho, ainda de criança
E um sol que de manhã irradiava
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Cidália Ferreira 

8 de setembro de 2020

Atípicas, as sedes desmedidas ...

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Atípico, este ano que me surpreende
Tantas emoções em tão pouco tempo
Tristeza, ansiedade assustadora
Chega a fazer confusão
Num tempo que ninguém entende
Nem a aragem, como protetora
Faz renovar o pensamento
*
Caem as folhas, ainda é verão
E as terras secas em suplicio
Mostram brechas ressequidas
À deriva, já sem ter vida
Mas nada na vida é em vão
Da água não há desperdício
Mas existem sedes desmedidas
*
Caminhando eu pelos campos
Percebendo que o solo
Desejaria tanto receber
A tão desejada água
Mas é pelos calmos recantos
Que o caminho é o meu consolo
Deste atípico ano que não desejava ter
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Cidália Ferreira

6 de setembro de 2020

Existe um sol, que me seduz ...

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Perdida no tempo em que o sol brilha
Nas ervas bravias em campos floridos
Onde as flores naturais são a partilha
De certos momentos em dias fúlgidos
*
Um cheiro cândido exalado com amor
Num silencioso ermo belo e saudável
Deixo-me embalar, por tanto glamour
Que encontro pela natureza agradável
*
Sinto-me iluminada, um sol me seduz
Traz-me à memória em anos passados
Onde, a minha inocência, era uma luz
Que me deixava, de olhares recatados
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Cidália Ferreira.

4 de setembro de 2020

Se, o meu coração falasse em voz alta

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Deixei-me ficar no areal da praia
Sozinha, com o meu silêncio
E os pensamentos que alimentam
A minha alma, que sonha e quer
O reencontro do teu doce beijo
Do teu abraço mais puro
E sentir, o pulsar do teu coração.
*
Escrevi, numa palavra verdadeira
O sentimento que habita dentro de mim
Este desejo que me devora por dentro
Que me causa arrepios, sem frio
Porque o tempo passa depressa
E não consigo chegar, ao teu eu
Porque a maré não me deixa passar
*
Se o meu coração falasse em voz alta
Talvez te dissesse mais uma vez
Que o intocável, serás sempre tu
Porque a gratidão é a minha arma
Neste, ou em qualquer outro lugar
Deixei-me ficar, escrevi para ti
A palavra mais linda do meu universo.
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Cidália Ferreira 

2 de setembro de 2020

Aproveito as portas que a vida me abre

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Abro a janela e deixo a brisa me tocar
Olho o horizonte e agradeço pela vida
Agradeço também o olhar sobre o mar
*
Janelas são como portas que se abrem
Quando as oportunidades nos chegam
É abraçar os momentos que nos valem
*
Abro o meu coração aos seus sussurros
Observo a brancura das ondas desfeitas
Guardo em mim os segredos mais duros
*
Gosto da magia silente da janela aberta
Gosto, da envoltura das ondas, na areia
Mesmo que a mente vagueie estarei certa
*
Aproveito as portas que a vida me abre
Agarro com convicção os ensinamentos
E recebo como balsamo d'um doce agre
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Cidália Ferreira

1 de setembro de 2020

O cheiro da rosa oferecida...

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Enquanto exalava o cheiro da rosa, oferecida
Recordava aquele dia, aquela esquina famosa
Aquele sinal, cheio de tantas coisas amorosas
Agora é apenas uma estória vivida, esquecida
*
Até a chuva que nos brindou ao primeiro beijo
Outras emoções se seguiram, que não esqueço
Sei, que o teu fiel carinho, eu sempre o mereço
Nem que o silêncio seja para ambos um desejo
*
E no desejo, onde me incluo, vou sempre sorrir
Vou estar sempre nesta janela fechada, olhando
Esperando, que ela abra num momento distinto
*
Esse momento será sempre o que estará por vir
Mesmo, que seja lembrança, eu vou abraçando
A rosa oferecida, que guardo em mim, e a sinto
****
Cidália Ferreira