30 de janeiro de 2022

O peso das palavras


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As palavras podem ser incentivos
Que enchem a alma
E fazem sorrir
Até chorar de alegria
Podem ser de sedução
Ou simplesmente magia
Talvez a superação
Ou, meramente, palavras vãs
*
As palavras podem fazer sofrer
Podem magoar, sufocar
Fazer cair na desgraça
Podem ser a arma secreta
Da solução que apoquenta
A paciência discreta
Que na verdade se aguenta
Quando da alma já nada se sente!

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Cidália Ferreira

28 de janeiro de 2022

No silêncio do tempo...

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O dia adensa-se e a brisa torna-se intensa
As folhas em branco vão ficando rabiscadas
Das mãos trémulas saem palavras apuradas
E da mente, cada sentimento compensa
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Soltam-se as palavras com esmero e atitude
E dos olhos molhados escorre a saudade
O lápis, vai desenhando em liberdade
Mas do tanto e nada junto a inquietude
.
No silêncio do tempo que o sol viu terminar
Está a brisa, acompanhada do meu eu
Os dedos gelados que o tempo ergueu
E não deixam a minha mente desacreditar
.
Nesta folha em branco que quero preencher
Haverá uma ilusão de outras leituras
Deixar vaguear a mente por outras loucuras
E rabiscar o improviso para se reconhecer.

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Cidália Ferreira

26 de janeiro de 2022

A vida segue pelas veredas do destino

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A vida segue pelas veredas do destino
Como o sol, que brilha, ao amanhecer
Um dia quente, e outro nos faz tremer
São as estações oscilando em desatino
*
A vida segue e com firmeza na ilusão
Procuram-se os recantos para meditar
Revigorar a venustidade de um olhar
Para limpar a alma, de uma exaltação
*
E caminhando em ritmo certo, segura
Com a certeza de que além está o sigilo
Que torna a natureza tão bela e escura
*
Que a escuridão seja apenas a beleza
Onde o sol não entra, por mero estilo
Que alimenta a alma e lhe dá firmeza
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Cidália Ferreira

23 de janeiro de 2022

Quem dera, que a vida não fosse a descrença!

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Gostaria que a vida fosse como um jardim
Onde pudesse deixar o sentimento mais pesado
Acreditar, que as nuvens por vezes negras
Poder-se-iam acalmar no céu iluminado,
E junto das flores que nascem por amor
Perfumar-se-iam todas as mentes, com o odor,
Quem dera, que a vida fosse fácil, assim
*
Gostaria de receber amor no coração
Como recebo a paisagem mais celestial
Deixando-me rendida ao silêncio, à emoção
*
Como se pode pensar na indiferença
Se existem jardins adornados de sol brilhante
As nuvens, quais castelos de neve, se espalham
O ambiente é a energia mais constante,
É a pureza mais bela que se pode receber
Respirar fundo e deste brilho poder beber,
Quem dera, que a vida não fosse a descrença!
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Cidália Ferreira


21 de janeiro de 2022

Se os meus lábios tu quisesses sentir

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Se os meus lábios viajassem em devaneio
Seguiriam o labirinto dos teus
Rabiscavam os traços mais belos
Mergulhados no mais puro anseio
Dos teus lábios, que cruzarem os meus
*
Os traços ilusórios se saboreiam a dois
Ofegam, pelos sussurros
Em palavras unidas como dois elos
Não deixariam nada para depois
Ficariam sujeitos a outros apuros
*
Se dos meus lábios tu quisesses sentir
O meu doce batom saboreavas
Seria o labirinto dos meus anelos
Viajaria também pelo teu existir
No delírio, entre duas bocas tempestivas
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Cidália Ferreira

18 de janeiro de 2022

Desenho a marca do teu corpo ausente

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Desenho no meu pensamento o futuro
Traço destinos que queria ver realizar
Queria, que o tempo não fosse o escuro
Que dentro da alma se sente fragilizar
*
Num futuro que me pertence, estarás
Sempre na minha frente, como nuvem
E como resposta que procuro, satisfaz
Desejando que meus desejos se renovem
*
Desenho a marca do teu corpo ausente
Gravo-a, no meu futuro, onde pertenço
Espero, pelo tempo que seja experiente
*
Se um dia conseguir cruzar na ventura
Talvez te encontre numa nuvem, denso
Num desenho, e será, a minha aventura
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Cidália Ferreira

16 de janeiro de 2022

Fantasiando numa bolha de melancolia ...

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Quando a fantasia se torna a melancolia
E existem sopros que aparecem do nada
Indicam com firmeza tão pouca energia
Que tornam a fantasia suficiente pesada
*
Correm nuvens leves no céu azul celeste
Numa brisa ligeira, o sussurro ao ouvido
Num tom que o momento não se conteste
E puxe o melhor de mim, num só sentido
*
Como uma bolha, o tanto e nada, satisfaz
Se a fantasia for a realidade do momento
Então, que se torne, numa energia audaz
E esquecer que a melancolia seja tormento
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Cidália Ferreira

13 de janeiro de 2022

Tricoto sonhos e ilusões

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Tricoto sonhos, e ilusões
Dentro da minha alma, que teme
Que o tempo não me dê tempo
Ao sentimento
E me roube a alegria de viver
Que afaste de mim o carinho
Que dos meus preciso e recebo
*
Há momentos que não sei quem sou
Durante as noites vazias
Em que espero o sono chegar
Deixo vaguear a mente
Sei que um dia os sonhos se vão
Outros poderão surgir
Ou talvez não...
*
Enquanto as ilusões me alimentam
Deixo que a brisa me invada
Abro o meu coração e agradeço
Por cada dia que vivo
Não quero deixar de sonhar
Neste tricô de ilusões
Porque o sonho comanda a vida!
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Cidália Ferreira

11 de janeiro de 2022

Geada, em fino manto ...

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Desperta a manhã para mais um dia
O sol esconde-se será um improviso
Será a promessa onde nasce a magia
Onde tudo se realizará se for preciso
*
Abro a cortina de fino tecido branco
Olho o horizonte, e alegra-se o olhar
Lá fora vê-se a geada em fino manto
Onde a brisa fresca traz sol a brilhar
*
A manhã começa, a vontade acontece
Tudo é energia, se o tempo o permitir
Do passado, o menos bom, se esquece
E do presente, que o melhor possa vir
*
Sorrio, ao ver, que o sol já regressou
Tudo fica mais leve em cada espírito
A energia, é o balsamo que regressou
O sol... que para cada dia é prescrito.
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Cidália Ferreira

9 de janeiro de 2022

O Pôr do sol na mais pura sedução

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Deslumbramento, benevolência
Cheiro a maresia
O som das gaivotas encantam
Ao final de cada dia
Lutam pela sua sobrevivência
Alegres, esvoaçam
*
Deslumbramento na calmaria
Olhar embebecido
A serenidade do mar
Passeio num só sentido
O som do mar transmite magia
Parece fazer parte do verbo amar.
*
O pôr do sol na mais pura sedução
Cores cálidas, aconchegantes
Energia renovada
As horas passam, incessantes
A beleza toma conta da emoção
Na fascinação comprovada...

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Cidália Ferreira

7 de janeiro de 2022

A vida são finos instantes que se aproveitam

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A vida é uma vidraça de efeitos constantes
Como a chuva que cai, sobre a terra agreste
Abrindo brechas no pensamento, sem antes
Medir o tempo, que da melancolia nos reste
*
É um turbilhão de gotículas que nos invade
Limpando a alma, de quem inquieto se sinta
Recebendo, como um bálsamo da tenacidade 
E nos efeitos constantes não há quem minta
*
Colam-se na vidraça pedaços de sentimentos
Olhar vazio que viaja através da imaginação
Sendo a chuva a firmeza dos acontecimentos
*
A vida são finos instantes que se aproveitam
E como a água escorre na vidraça do coração
Melancolia, sejam as tristezas que se rejeitam
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Cidália Ferreira

5 de janeiro de 2022

Sentimentos escondidos na palavras

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Encontrar a esperança entre versos
Das folhas cansadas de esperar
Amareladas, cheirando a passado
Onde tantas estórias por contar
Que se perdem no seu jeito de ser
Haverão sempre sentidos dispersos
*
Entrelaçar pensamentos ao coração
Meditar, desejar palavras meigas
E entre as cordas do violino
Deixar fluir desnorteados desejos
Numa esperança tão eloquente
Como paginas escritas com emoção
*
Desfolham-se as páginas de uma vida
Encontram-se os versos sem rima
Sentimentos escondidos nas palavras
Como cifras, por descodificar
E na esperança de cada verso livre
Esconde-se uma estória, nunca vivida!
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Cidália Ferreira

3 de janeiro de 2022

A vida recomeça a cada oportunidade

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A vida recomeça a cada oportunidade
Aproveitá-la, é a melhor das virtudes
Dar valor ao que se tem sem vaidade
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Saber olhar em volta e fazer o melhor
Não olhar o que tem, mas ao que se dá
E partilhar o pouco é puro ato de amor
*
A vida é feita, de festas, e tempestades
De alegrias, amor, e partilha aos outros
Sem se esquecer de viver com verdades
*
Recomeçar em reflexão saber agradecer
Tudo o que a vida oferece, seja o que for
Viver com determinação, sem esmorecer
*
O Ano começa, e duras vidas continuam
É preciso que não percamos a esperança
Enquanto os sentimentos se apaziguam
*
Abram-se os corações para a consciência 
O ano terminou e outro acabou de nascer  
Vivamos as oportunidades com resiliência
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Cidália Ferreira

1 de janeiro de 2022

O Ano nasceu e termina...em reflexão

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O ano nasceu, e nele se viveram aventuras
Dias cheios de tropeços, e outras surpresas
E dum Inverno acabado nasce a primavera
Cheia de ilusões, saudades doutras feituras
*
Acabada a primavera volta a força do verão
Volta a angustia de uma vontade de ser feliz
Voltam os sonhos e numa ambição impossível
A vida dá-nos um tanto de nada para reflexão
*
E do verão acabado volta o outono em fúria
Nada se aprendeu e algo regrediu nesta vida
Pelo mundo, tempos nefastos se espalharam
Viveram-se tempos de sobressalto, e lamúria
*
O ano passou e quase a terminar, um balanço
Chegou o inverno, e a melancolia nos abraça
Mais um Natal e não esquecendo a pandemia
Porque se constata... o Ano não teve descanso
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Cidália Ferreira 

FELIZ ANO NOVO, A TODOS OS FAMILIARES E AMIGOS, EXTENSIVO AOS QUATROS CANTOS DO MUNDO. QUE NO ANO VINDOURO CONTINUEMOS NESTA NOSSA ETAPA, POÉTICAMENTE FALANDO. 📌