28 de fevereiro de 2022

Mas, o que importa o carnaval lá fora?

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Não tem importância que brinquem
Nem que se vistam de matrafonas
Só não gastem o que têm hoje
Porque o amanhã pode ser difícil
E depois de ficarem nas lonas
Vão pensar no que desperdiçaram
Talvez, só depois de refletirem
Se lembrem que o mundo não está fácil
*
Não tem importância se não forem sair
Na vida tudo tem uma razão de ser
A pandemia foi silenciada
Por uma guerra sem fim à vista,
Mas, por nós próprios, vamos obedecer
Seguindo as regras sem protestar
Teme-se que o pior esteja para vir,
A ponderação pode ser uma conquista
*
Mas, o que importa o carnaval lá fora
Se existe gente com fome de viver
Nas suas casas já ninguém lá mora
Fugiram... para que possam sobreviver!
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Cidália Ferreira

26 de fevereiro de 2022

"Existem gritos que matam..."

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A terra grita por água... com sede
O calor afeta o inverno
O sol ganha força
Numa natureza que sofre,
Sofrem todos os que nela vivem
Sem distinguir as raças
A seca afeta a liberdade
A terra solta um grito em silêncio
*
Existem outros gritos que matam
O desentendimento humano
A falta de dignidade
E do amor por todos os seres,
O mundo grita de revolta
Outros sem alma nem pudor
Que fazem com que o mundo padeça
Levando a humanidade ao sofrimento
*
O Mundo precisa de compreensão
De respeito pelo próximo, concórdia
O mundo precisa de compaixão
E dizer NÃO, a toda a sua discórdia!
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Cidália Ferreira 

24 de fevereiro de 2022

A Subtileza das águas...

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Quando dou por mim, de olhar embebecido
Pela beleza natural que não tem explicação
Por muitos anos que viva não existe noção
Do quão pertinente é, tudo num dó sentido
*
Olhar atento em ponto de súbita coragem
Águas que se movimentam como segredos
Onde cada um sente a beleza, sem enredos
De momentos marcados em cada passagem
*
Caem subtilmente sobre o lago enfeitiçado
As águas em finas cortinas, mero esplendor
Onde se observam simples melodias d'amor
*
Até o silêncio parece embalar meu coração
Quando o som da cascata me tenta acalmar
Sinto-me de coração cheio, e brilho no olhar
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Cidália Ferreira

22 de fevereiro de 2022

Balancei-me, esquecendo certas agruras

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O olhar que me prendeu durante horas por ali
Foi o mesmo, com que me deslumbrei
No dia, em que, naquele baloiço me sentei
Festejando por momentos outras coisas, aqui
*
As águas serenadas dão o encanto preciso
O pôr do sol, é como a cereja no topo do bolo
Que, parar e reparar no encanto, é um símbolo
É a prova, de que nada na natureza é indeciso
*
Um balouço onde por momentos deixei vestígio
Balancei-me, esquecendo certas agruras
De tanto balançar apareceram outras loucuras
Do bom e do mau, um simplesmente contágio
*
Parece tão longe, mas tão perto do sentimento
Estão as águas que embelezam qualquer olhar
Que mesmo paradas, correm sempre para o mar
E quem por aqui passeia deixa o reconhecimento
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Cidália Ferreira.

20 de fevereiro de 2022

Deixo flores, com saudades...

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Este ramo de flores é para ti, de forma virtual
No meu coração estarás para sempre presente
Seria dia de festa se não tivesses, eternamente
Partido, para um mundo diferente do dito real
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Faríamos a festa, como se connosco estivesses
Seria mais um ano conquistando as tuas lutas
Com um colo gigante acolhias como permutas
Os teus, os outros, sem canseira nem interesses
.
Como mais nada te posso oferecer, deixo flores
Deixo saudades, lembranças, bons pensamentos
Sorrisos, do que foi bom, e mantendo os valores
.
Visitar-te-ei como prometi no dia da tua partida
Tudo o que me fortaleceu foram os ensinamentos
Passaram, vinte e oito anos, duma dor repartida
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Cidália Ferreira

"A Vida é feita de momentos e emoções. Celebramos o aniversário de quem já partiu há 28 anos. Em 20- 02, contaríamos 82 anos"

Celebramos também, o 1º aniversário da minha neta mais nova. Luísa. 🎂 ...É a vida, na sua continuidade...

18 de fevereiro de 2022

No meu pensamento faz frio ...

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Abro a cortina, desperto para a vida
Existe um mundo lá fora
Chove, faz sol, estará nevoeiro
No meu pensamento faz frio
Faltam-me as palavras de aguerrida
.
Neste despertar de tão pouco alento
Recordo, o quão difícil é sair
Deste casulo onde me isolei
Talvez, por falta de encanto
Sinto a minha lucidez em suspenso
.
Abro cortina, olho a beleza d'além
Imaginando a brisa em murmúrio
Quero sair, apanhar coragem
De enfrentar o tempo, que urge
Sinto que o meu encanto ficou aquém!
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Cidália Ferreira

16 de fevereiro de 2022

Natureza em asas de seda ...

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Gostaria de ser a beleza que esvoaça
Que pousa, nos ramos mais inseguros
Que vai olhando lentamente, e enlaça
Mesmo que esses ramos sejam muros
.
Gostaria de ser o balsamo da natureza
A proteção das aves que desprotegidas
Andam, sem rumo, no meio da tristeza
Esperando o florir das árvores despidas
.
Gostaria de ver o mundo à minha volta
Com a mesma leveza, das asas de seda
Porque gosto da liberdade que envolva 
.
Seria um mote para qualquer felicidade
Se do esvoaçar alguma coisa se perceba 
Que o belo, está dentro da naturalidade
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Cidália Ferreira

14 de fevereiro de 2022

São ocas as palavras que se soltam...

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Jamais lamento o mau amanhecer
Quando o coração já não descansa
Está emudecido, deseja espairecer
Por brisas que exalem a esperança
.
O que adianta sentir tristeza alheia
Se o silêncio é o barulho mais triste
Quem precisa d'amor, e não semeia
Fica com sensação de que desististe
.
São ocas as palavras que se soltam
Sendo floreadas, entram no coração
Mas, sendo contrariadas, não ficam
E deixam o lamento cair na solidão
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Cidália Ferreira

12 de fevereiro de 2022

Sonhos moribundos ...

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Numa noite de luar, mal dormida
Sonhos, por concretizar
Alguns deles pesadelos
Sobre as nuvens que passam
Há um aperto, sufocando
Este estilo de viver a vida
*
Oh lua que estás tão alta
Segues a nuvens tão escuras
Leva contigo os meus sonhos
Que me atormentam a alma
Traz-me alívio ao meu mundo
E as coisas que me fazem falta
*
As árvores despidas na escuridão
Onde o luar já não entra
Os galhos secam, de tristeza
Parecem sonhos moribundos
E, atrás de uma árvore esmorecida
Outras estarão, em severa solidão!

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Cidália Ferreira

10 de fevereiro de 2022

A força da mente não me deixará ter frio

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Vagueando, enquanto o areal esvaziava
As gaivotas pousavam na areia molhada
A maré, que no seu heroísmo, se recuava
O calor atenuava numa brisa embrulhada
*
Olhando as ondas que moldavam a areia
Pensava como é tão distante o horizonte
Quem me dera, tocá-lo, e quiçá ser sereia
Numa alucinação que nunca se desaponte
*
Neste vaguear sinto que o sol me aquece
Mesmo que a brisa me provoque arrepio
A força da mente não me deixará ter frio
*
Rodeada, de emoções e pensamentos sãos
Mesmo que as ondas não recuem, assinto
Beleza na sintonia das ondas em labirinto
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Cidália Ferreira

Imagem da net

8 de fevereiro de 2022

Existe um silêncio que grita

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Existe um silêncio que grita
Por uma natureza sadia
Onde se respire naturalmente,
Mas cada árvore que se agita
Procurando os raios de sol
Gritam por água, piamente
Para que não aconteça tragédia
*
E no silêncio de toda a inquietude
Por onde cada coração se satisfaz
Se ao meditar, sentir na verdade
Que basta olhar para a altitude
Reparar, que o silêncio diz tanto
Como um balsamo para a liberdade
E onde tanto se precisa de paz
*
A natureza grita de desesperança
Por dias de chuva, puro alimento
Ao nosso alcance está a mudança
Para que não morra, o sentimento
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Cidália Ferreira.

6 de fevereiro de 2022

Deambulando a sós...

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Deambulando pela serenidade do mar
Existem vidas, esperando a noite cair
Aves asserenadas, que esperam partir
Para outra banda à busca de acalmar
*
O sol, o bálsamo dos que deambulam
Dos que se sentam olhando as marés
E que olham o horizonte, de lés a lés
Mesmo quando as águas se ondulam
*
A serenidade da noite é tranquilidade
Para quem abraça o mar, com emoção
E bebem da brisa energia de qualidade
*
Deambulando sobre a ponte, entre nós
Existirá, a companhia desta imensidão
Do mar, das aves, e do pôr do sol a sós.
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Cidália Ferreira

3 de fevereiro de 2022

A Leveza da mariposa

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Queria sentir a leveza, como a mariposa
Esvoaçando em liberdade pelos campos
Sentir o sol, desfrutar, ser bela, formosa
Sempre que repousar por belos recantos
*
Na suavidade das cores ressalta a magia
Sonhar e esvoaçar por outros horizontes
Ser livre, de pensamentos, com a energia
Da mariposa quando repousa nos montes
*
E das mais belas cores saltam as palavras
Em pensamentos que brilham a cada olhar
Quando se contemplam as cores magistrais
*
Mesmo que as tempestades sejam severas
Há esperança, que alcança, o reaproximar
Que torna os momentos tão mais especiais
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Cidália Ferreira

1 de fevereiro de 2022

Recordar...é viver na saudade 💖

 
Recordar...é viver na saudade
Da dor que vai permanecendo
Vaguear no passado e vivendo
E recorda-lo para a eternidade
*
Os anos passam tudo envelhece
A saudade transforma-se na dor
A dor atenua permanece o amor
Num tempo que não se esquece
 
Recordar-te com sorriso no rosto
Seguir os teus passos doutra era
Sentir-te como sinto a primavera
Continuar a vida... sem desgosto
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Vinte e oito anos passaram e tu, tu estás sempre cá comigo/connosco. Todas as lembranças e recordações, são sempre, com uma sombra no coração, mas, com um sorriso no rosto.🍀

Da tua filha; Cidália Ferreira.