As palavras que me apraz dizer...

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Ia fazer 12 anos, pouco me lembro do antes. O que soube foi pela rádio, na altura raros eram os que tinham TV. Apenas soube que era o fim da ditadura, e inicio da liberdade do Povo Português. Na altura tinha um Tio em Ultramar, nas ex-colónias, ou melhor dizendo, na guerra. Lembro-me de receber dele, aerogramas a dar notícias. Quando se deu o vinte cindo de Abril, acabou-se... e todos poderem regressar ao seu País, às suas famílias. Acho que é uma vida de trauma e revolta. Muitos perderam a vida.

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Como era muito jovem não tinha noção de quase nada, porém, hoje sei que foi muito bom porque passámos a ter a liberdade que antes não tínhamos. Quem é dessa geração e passou “o pão que o diabo amassou”, tem motivos de orgulho para celebrar sempre com emoção.

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Sempre se comemorou este dia e muito bem. O que não está bem, é estarmos em estado de emergência, e muito bem, porque a saúde é MUITO mais importante, e irem festejar o dia com não sei quantos para a Assembleia da República.

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Será que se lembram dos quantos já morreram? Das famílias que não se poderem despedir dos seus?

Dos que lutam agarrados a uma máquina? Dos profissionais de Saúde que tudo fazem até lhes faltar a força, para tentar salvar vidas, mas não desistem?

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Tenho a certeza, que se algum dos elementos, que vai lá estar a comemorar, tivesse perdido um familiar com a COVID 19, pensava duas vezes antes de ir. A emergência é para todos.

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Dia 1 de Maio, como é fim de semana prolongado, ficamos restritos apenas ao nosso Concelho, pois então, e acho bem. Só não acho bem os MAIORES NÃO DAREM O EXEMPLO!!!  E AS MÁSCARAS??!!

VIVA A LIBERDADE.

Cidália Ferreira