29 de novembro de 2019

Afeição aos silêncios.

A afeição aos silêncios das folhas d'outono
Como à ausência da chuva, em dias felizes
Quando as névoas se abrem, e o sol é dono
Volto a contemplar a natureza sem deslizes
*
Tudo é belo, quando é observado de coração
Quando se imutam dias cinzentos em brilho
Quando tudo em volta, é motivo de emoção
É quando me sinto feliz com o que partilho
*
E no regresso aos dias de sol... posso sorrir
Transformar os dias nalguma tranquilidade 
E se pensar, que o melhor ainda pode surgir
Então, os silêncios serão a minha felicidade
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Cidália Ferreira.

27 de novembro de 2019

A densidade do tempo entristece meu olhar

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Caminhos em agitação envelhecem no tempo
Mostram tapetes coloridos ao abandono
Folhas que vão caindo, envelhecidas
Muros sem rumo por caminhos sem saída
São as agruras de um tempo em movimento
*
Todas as cores fazem parte do novo contraste
Como o silêncio faz parte da minha vida
Quando procuro no espaço, a solidão
Dando voz ao meu emudecido coração
Pelos caminhos, que esperam pelo devaste
*
A densidade do tempo entristece meu olhar
Sinto-me perdida, em pensamentos vãos
Nem viva alma se encontra para companhia
Mergulho nas profundezas da poesia
Soltando a agitação que me faz deambular
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Cidália Ferreira

24 de novembro de 2019

As nossas mãos selam os compromissos

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O tempo é magia em nossos pensamentos
As nossas mãos  selam os compromissos
Mesmo, que a distância seja afastamento
Mas que não sejam os sonhos submissos
*
A magia do teu olhar. Meu olhar carente
Que te segue, em sonho sonhado outrora
Seria divino, se déssemos as mãos, agora
A magia nos unisse... são coisas da mente
*
Sinto o perfume das pétalas, no teu olhar
Nas tuas mãos o carinho, a cumplicidade
Mesmo que as pétalas estejam a desfolhar
*
Selam-se sentimentos nutridos de pureza
Escrevem-se palavras de cálida afinidade
Numa magia, de sentimentos e franqueza
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Cidália Ferreira

22 de novembro de 2019

Quando os nossos desejos se fundem ...

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Cintilantes estrelas, aos montes, por amor
Iluminam-se os nossos caminhos cruzados
Fazem-nos vibrar, num frenesim de calor
Que nos deixa, sempre mais, apaixonados
*
Noite escura, transformada em claridade
Onde todos os nossos desejos se fundem
Nos entregamos num olhar de afinidade
E os sentimentos jamais nos confundem
*
Na claridade d'uma noite estrelada, rimos
Quando os nossos olhares são maliciosos
Nossos peitos relaxam quando decidimos
Que juntos, somos um só, mas ambiciosos
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Cidália Ferreira.

20 de novembro de 2019

Sussurros ao entardecer ...

"Foto tirada por; Luísa Martins"
Esvoaçam gaivotas lá longe, com voz
Esperam o entardecer da melancolia
Um refúgio, algures, descansado
Esperam o pôr do sol, como nós
Enquanto respiramos o amor da maresia
*
Também nós, num sereno entardecer
Observamos das ondas, o murmúrio
Num silêncio, por nós, apaixonado
Que nos faz namorar até ao amanhecer
Num recanto, deste tão calmo refúgio
*
A ondulação, o deleite do nosso olhar
A brisa suave que nos sussurra aos ouvidos
É o encanto, que nos alimenta a alma
Sentir as gaivotas que grasnam pelo ar
E nós, ali ficamos, gratos e enternecidos
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Cidália Ferreira

17 de novembro de 2019

Pensamentos que voam ...

Carrego nos meus pensamentos, o peso
De não me salvaguardar desta loucura
Querer gritar tantas vezes. Enlouqueço
De não me libertar de vez da amargura
*
A leste, dos meus pensamentos, voam
Todos os desejos difíceis de efectivar
No meu peito existem ecos que soam
Onde meu coração vive sem se revelar
*
Voam pássaros, sobre os raios solares
Num bailado onde o carinho é visível
Marcam presença por eternos olhares
*
Pode um deserto fazer meditar a mente
E as ventanias levarem as más energias
Mas nunca...o meu sentimento, carente
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Cidália Ferreira

14 de novembro de 2019

Sou o desejo dum tempo que não existe

Sou o vento que passa, tão atrevido
A agitação revolta dentro do peito
Sou o ramo seco, já sem sentido
Que cai desamparado em chão molhado
E se fica na solidão, já sem jeito
*
Sou a folha que voa tão sozinha
Pelos recantos dos pequenos nadas
Sou a neblina da chuva, qual morrinha
Que se sente num tempo tão deprimente
Entre os espaços das solitárias estradas
*
Sou o desejo dum tempo que não existe
Sou o outono desnudo da natureza
O sentimento das folhas caídas, tão triste
Como o vento que passa e me magoa
Sou a razão, desta envelhecida fraqueza
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Cidália Ferreira.

12 de novembro de 2019

Jamais, o poetizando será esquecimento

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Agradecendo, o livro por mim trabalhado
Numa longa caminhada, e muita vontade
Fica a alegria de um coração atrapalhado
Quando faltavam as palavras na realidade
*
Foram semanas de paixão e muita ilusão
Foram as amizades que cresceram em mim
Foram tantos os poemas escritos em alusão
Que dariam, para tantas  músicas, sem fim
*
Será sempre pouco e num agradecimento
Dizer, o que o meu coração sentiu, ao ler
Jamais, o poetizando, será esquecimento
Porque a alegria me deu, e me fez crescer
*
Se eu pudesse mandava um abraço virtual
Mandava as bênçãos à nossa leal mentora
Mandava, carinhos, saúde, e força mental
Agradecendo à LoudesDuarte, e à Editora.
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Cidália Ferreira.

Escolhi para destacar este poema, porque que me fez reflectir, enquanto o escrevia.  Agradeço a amabilidade e o empenho por tão agradável presente. Oxalá possamos, todos juntos e mais alguns, continuar com o Poetizando.

A imagem pode conter: flor e planta

Para agradecer o livro, ainda que virtual, envio-lhe um ramo de flores com todo o carinho juntamente de um grande Abreijo.

11 de novembro de 2019

Uma lenda das adegas

Resultado de imagem para castanhas e jeropiga"
São Martinho das castanhas
Que no Outono nos consola
São tão boas, assadinhas
E comidas bem quentinhas,
E para, ajudar à festa
Venha um copinho cá prá gente
Para empurrar, mas não sempre,
Não é água, nem é sumo
Nem coisa que se pereça
É jeropiga, presumo
Que de quente nos faz rir
A forma que se manifesta
E dá-nos volta à cabeça
*
Meu rico são Marinho
Uma lenda das adegas
Vamos lá provar o vinho
Mito que sempre carregas
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Cidália Ferreira 

Um feliz dia de São Martinho, para todos os visitantes, leitores e comentadores, deste meu cantinho, que também é vosso.

10 de novembro de 2019

Se tentasse dar asas à minha alma quando vagueia

Se, eu, tentasse escrever uma carta pelo pensamento
O que me corre nas veias como o sangue que circula
Fizesse dela, o meu tão desejado, e melhor alimento
Daria meu coração, a um sentimento que se articula
*
Uma carta escrita pelo instinto duma eterna saudade
Onde tantas coisas são redigidas em silêncio e magia
Sentimentos dum turbilhão e coisas de pura verdade
Onde, tantas vezes o olhos silenciam a minha utopia
*
Se tentasse dar asas à minha alma quando vagueia
Se, escrevesse, versos e prosas de um amor ausente
Talvez o meu coração se  libertasse do que o rodeia
E as palavras, fossem a estimulação  mais presente
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Cidália Ferreira 

7 de novembro de 2019

A Culpa foi do cigarro... Um dia com várias "caras"

Existem dias nublados, cinzentos, chuvosos, tristes, mas que os mesmos nos obrigam, por razões óbvias a sair de casa. Hoje, a minha pessoa, foi dar uma volta até ao Porto. Gosto do Porto. Das gentes do Porto. Desportivamente falando não...mas isso são outros quinhentos.  

O Dia foi composto por tudo. Desde a chuva. A Falta de estacionamento. A confusão das linhas (da minha parte). As três boas acções que fiz. O choro procedimento da minha consulta que, para variar, desta vez foi uma hora e dez minutos antes. Isto porque fui mais cedo, não fosse o diabo tecê-las.
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A imagem pode conter: interioresPara descontrair vou contar-vos um pequeno percalço, que me fez rir com vontade. Mas se fosse comigo eu perdia o riso.  O Comboio esteve parado na estação 30 minutos.  Aberto e livre para quem quisesse ir entrando... Estava um sujeito de idade talvez a rondar os 35/40 anos. Conversando enquanto fumava, fora do comboio.  Quando resolve entrar, continua, desliga uma chamada e faz outra ( não vou falar do que se tratava, porque fiz que não ouvi) sentou-se em frente a mim... continuava... pelos vistos ia a um almoço...Entusiasmado com a conversa do outro lado, após desligar a chamada, pousa o telelé  no banco mais um carregador de bateria e sai do comboio para fumar o seu cigarrinho, quando o comboio já estava atrasado 3 minutos...Pois bem, acender acendeu, ia saber-lhe bem esse cigarrinho depois de uma animada conversa... só que não, a porta apitou, ia fechar. Enquanto o tentava apagar o comboio arrancou e o telemóvel viajou sozinho... A cara do Sujeito  "aterrorizado", ao ver o comboio seguir viagem com telemóvel enquanto as mensagem iam caindo. Claro deu-me uma crise de riso...A culpa seria do cigarro?
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Claro, depois o comboio ia enchendo, eu delicadamente peguei nele, dando voltas à cabeça o que iria acontecer ao encontro  telemóvel. Quando o revisor chegou a mim, algumas estações depois, fiz questão de entregar e dizendo o que aconteceu.  Ninguém sabia o itinerário do seu dono. Por acaso, o sujeito ligou para o seu telefone e já estava na mão do revisor, que, em combinação, o deixou numa estação para o poder ir levantar!
A culpa foi do cigarro? Tenho a certeza que enquanto se lembrar desta, quando entrar no comboio, ou não sai, ou sai e leva os seus pertences. Espero que tanto o Dono como o pertence tenham tido um final feliz.

Hoje deixo-vos este testemunho na primeira pessoa. Não consegui poetizar... Amanhã é outro dia.  Haja saúde e sejam felizes.

Cidália Ferreira.

5 de novembro de 2019

A melodia do Outono.

Ondulam as águas espelhadas de amor
Rodeadas de árvores d'mera despedida
Um começo de outono, de isento calor
Caem as folhas roupagem de uma vida
*
Abrem-se caminhos por breves instantes
Caminhos trilhados, misteriosa natureza
Preservando momentos mais instigantes
E tantas vezes, se abraçam, com firmeza
*
Caem folhas sobre as águas espelhadas
As cores, o cheiro e o fresco da estação
A melodia, uma brisa, folhas matizadas
Esperando a natureza noutra vegetação
*
Atravessam-se as pontes, sinais do tempo
Os tempos que despem qualquer arvoredo
Não fosse o meu olhar singelo mas atento
Ficaria meu coração apenso num segredo
****
Cidália Ferreira

3 de novembro de 2019

Quisesse eu, expor meu corpo envergonhado

Quisesse eu, ser a tua musa escondida
Ser segura, mulher sensual
Que te tirasse a concentração
Ser a noite escura e divertida
Ser a tua musa, mulher fatal
Na noite onde se solta a liberdade
Onde existe a regra de plena sedução
*
Quisesse eu, expor meu corpo envergonhado
Mostrar que no meu rosto existe amor
E no meu corpo o desejo,
Deixar-me vaguear por qualquer lado
Libertar-me deste intenso calor
Proteger-me de qualquer tempestade
Mas esperar pelo sussurrado beijo
*
Soubesse eu, que vinhas, sem te pedir
Apreciasses do meu corpo, os recantos
Talvez as tuas mãos me fizessem sorrir
E os teu carinhos fossem doces encantos
****
Cidália Ferreira