Desejo ler calmamente para quem não sente ...

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Desejo silêncio, estou vencida pelo cansaço

Desejo água, tenho sede, tenho a alma seca

Tenho o sonho suspenso, feito de embaraço

Desejo um ermo só para mim... a alma peca

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Sinto a alma desassossegada neste mundo

Sinto que não consigo ir além do imaginário

Os pensamentos, os sentimentos profundos

São causa do cansaço dentro deste cenário

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Ainda que a água seja abundante não chega

Para que a minha secura seja de vez saciada

Mas, a minha alma em silêncio... descarrega

Desaba, como um rio. Sinto-me sentenciada

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Desejo silêncio como da vida desejo o amor

Desejo ler calmamente para quem não sente

Ainda, que no meu ermo, não exista o temor

O sonho continua numa alma que não mente

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Cidália Ferreira