30 de setembro de 2016

Soltam-se os ventos que saem do silêncio

Entre ventos e agrestes tempestades  
E a relva verdejante humedecida
Pela manhã já bem alta, entristecida
Olho as águas ondulantes transparentes
Que alimentam minha alma em desespero,
Soltam-se folhas dos ramos, qual mensagem
Caem em perfeita sintonia onde te espero
Libertando meus devaneios por cansaço
A quem comigo caminha nesta paisagem
E ambos nos tornamos imponentes,
.
Soltam-se os ventos que saem do silêncio
Ouvem-se os ecos sentidos em liberdade
Como aragem que me leva à emoção
Em momentos de pura solidão,
São tristes os meus pensamentos vãos
Que se perdem na aragem mais agreste
Acabam por beijar o azul celeste
Do meu céu que me alimenta o coração
Onde tudo entre nós é tão verdade
Como verdadeira é, a força da união.
***
Cidália Ferreira.

28 de setembro de 2016

Sentem-se voar pelo silêncio do tempo

Bem cedo deambulei sobre o nevoeiro
Respirava fundo, vieram  lembranças
Sentia que meus desejos em cativeiro
Eram os mesmos de outras  andanças
.
Sentem-se voar pelo silêncio do tempo
As borboletas mensageiras d'uma vida
Exalavam o perfume  de um momento
Qual beleza, que fora deixada  perdida
.
Na frescura da manhã quando dançam
Em redor do meu corpo, que alcançam
Ficam rendidas à minha pacata beleza
.
Bem  cedo, esperando o sol, deambulei
E numa longa distância eu te imaginei
A mirar meu corpo. Quanta delicadeza.
****
Cidália Ferreira

26 de setembro de 2016

Seguram minhas mãos tantos nadas

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Seguram minhas mãos tantos nadas
Tantos segredos, flores abandonadas
Sentem no calor das pétalas humedecidas
Tanta vitalidade e força de vencer
Que quando as olho me faz enaltecer,
Seguram minhas mãos com convicção
Olham meus olhos lacrimejantes
Contam cada pétala com esperança
Qual livro de páginas em preserverança
Onde deixo fruir a voz do coração
.
Olho em minhas mãos, esta flor, serás tu
Envolvente em meu puro sentimento,
És cada gota que alimenta meu dia
Flor intensa que perfuma meu momento
Mesmo em momentos de lágrimas caídas
Meu olhar enternecido, sofredor
Acarinha nossa imaginação fugidia,
Mas em meu coração significas
Todas as pétalas da mais linda flor
Porque apenas tu, me dignificas.
***
Cidália Ferreira.

24 de setembro de 2016

Passaram sete anos ...

 "24 de Setembro de 2009 pelas-18H25 m" 
Passaram 7 anos, desde então, parece que nunca mais fui a mesma! Aprendi muita coisa, passei por muita coisa, e claro, fiquei velha para arranjar trabalho. Confesso que me cansei de andar à procura e ouvir sempre a mesma conversa, (a idade...). A vontade de sair e de me arranjar é nula. Ouvir no seio familiar certas palavras, doem, doem tanto que dão revolta... quase sempre quando saio, é por favor...

Por vezes interrogo-me, o que fiquei eu a fazer por cá? Estou cansada, talvez desiludida com muita coisa. "Apesar de agradecer todos os dias pelo facto de estar viva e "perfeita-dentro da possibilidade" e porque penso nos meus filhos e netas". Mas, penso também que, já pouca utilidade tenho, para a nossa sociedade.

Existem fases da vida, em que a escuridão toma conta na minha alma e a tristeza domina o meu coração. Neste momento, olho o espelho, e não gosto daquela imagem. É apenas uma questão de tempo. 

Desabafo, apenas desabafo. AQUI
Bom fim de semana, repleto de paz. 

Cidália Ferreira.

23 de setembro de 2016

Ele chegou sorrindo, olhei, era o Outono

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São dias quentes em decrescente beleza
As noites longas, as manhãs orvalhadas
Folhas cansadas são coisas da natureza 
Caiem lentamente tão belas amareladas 
.
Dias de tristes  tempestades e ventanias
Sol que se afasta de tudo tão lentamente
Dá lugar às chuvas, neura dos meus dias
Quando o sol se despede constantemente
.
Ele chegou e se instalou, qual  majestade 
Que tem lugar cativo em  tão altivo trono
Dá-nos momentos mistos de  diversidade  
Ele chegou  sorrindo, olhei, era o Outono
****
Cidália Ferreira 

21 de setembro de 2016

São meus sonhos, momentos saudosos.

Não te toquei, mas meus olhos sim
Olharam-te por inteiro com restrição,
A meu lado sentia-te sensual
Minhas mãos apreensivas, quietas
Tinham a tentação de percorrer tuas curvas,
Minha mente obcecada, carente
Procurava nas entrelinhas da escuridão
O carinho que muitas vezes rejeitas
Como num mero sonho de tentação,
.
Não te toquei mas apeteces-me
Como me apetece dar-te um beijo
Sussurrar-te palavras de perdão
Dar meu corpo perfumado aos teu lábios
E abraçar este sentimento de desejo
Que é o mais desejado dos sábios,
Neste sonho que apertou meu coração
Deixou uma tristeza em meu rosto
E a vontade de abraçar-te contra mim,
.
Meu desejo é nunca te perder
Poder dar-te momentos calorosos
Mergulhar contigo num sonho de prazer
Entregar-te meu corpo por inteiro
Sentir teu toque, de amor primeiro,
São os meus sonhos, momentos saudosos.
***
Cidália Ferreira.

19 de setembro de 2016

A lua apareceu e tomou conta da noite fria

A noite era ainda criança mas esta ansiedade
Apertava dolorosamente meu peito sufocado
Nem as estrelas que pareciam solidariedade 
Consolavam meu coração, parecia magoado  
.
A lua apareceu e tomou conta da noite fria
Limpou-me as lágrimas e fiquei em silêncio
Olhei as  estrelas com a devoção  de um dia
Me encontrar com a verdade que presencio 
.
No sossego da noite vagueiam pensamentos
Caem lágrimas e silênciam-se os  tormentos 
Dentro de meu peito em  chamas de tristeza
.
A lua iluminava o meu caminho que a seguir 
Mostrava a noite calma. Haverei de conseguir
Superar esta ansiedade, que é minha fraqueza
****
Cidália Ferreira.

17 de setembro de 2016

Vagueavas em meu corpo, doce desejo

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Vagueavas em meu corpo, doce desejo
Por entre sentimentos contidos
Absorvias como pingos de amor
Meu corpo de mulher imperfeita
Ficando atraído pelos sentidos
Cheirando meu corpo a perfume
Qual melodia com cor,
Sussurravas as palavras mais doces
Onde deixavas escapar teus anseios,
Até os nossos corpos em uníssono
Escutarem a voz do coração
E se deixam embalar pelos beijos,
.
Vagueavam pelo meu silêncio
Todas as palavras que me escreveste
Foram deixadas no meu cantinho
Aquele, que nunca esqueceste,
São as glórias do nosso caminho,
Nas orlas de meu corpo faminto
Onde me exponho com sensualidade
Esperando ser teu sonho, ou realidade
Sussurramos as palavras mais lindas
Que para sempre serão infindas,
São coisas que nos fazem sonhar
E nos deixam com vontade de amar
***
Cidália Ferreira

14 de setembro de 2016

Iluminam meu coração os reflexos do teu olhar

Os dias fecham-se deixando a alma em tristeza
A  chuva mostra-se, traz consigo  a melancolia
Nas entrelinhas ficam sentimentos de incerteza
Como gotas que escorrem pelas ruas da agonia
.
Aragem fria, sensação de meu corpo tremendo
Adivinha o afastamento  dos dias de felicidade
Pela vidraça observo o silêncio. Está chovendo
São gotas que me lavam a alma em serenidade
.
Iluminam meu coração os reflexos do teu olhar
Lembranças que me deixaste, como luz do luar 
És a luz que me protege das nuvens carregadas
.
Cai a chuva remexendo os sentimentos de alma
Melancolia e tristeza em afastamento de calma 
Pela vidraça, recordo as coisas desassossegadas. 
****
Cidália Ferreira 

12 de setembro de 2016

Em passos lentos, desassossegados

Em passos lentos, desassossegados
Numa procura de desejo constante
Ficam pegadas, um rasto de mim
Pelo no areal molhado, quase no fim
Procurando momentos que ficaram para trás,
Olhando o ontem, pensando no hoje
Lembrando que o amanhã não será assim,
Nesta procura olho o horizonte
Apenas as nuvens em tempo distante
Nos abraçam memórias do passado
Deixando a sensação da saudade...
.
Nestas pegadas há uma certeza
Que este encontro tão desejado
Ficará para sempre gravado
Nas memórias de quem caminha,
Cai o dia, apenas o silêncio
Se faz sentir entre pensamentos
Onde a brisa são fragmentos
Das ondas que acalmam o mar,
As gaivotas testemunham momentos
Desta caminhada onde há esperança
De um dia nos podermos encontrar.
***
Cidália Ferreira,

10 de setembro de 2016

Vagueio por entre a brisa do pensamento

Vagueio por entre a brisa do pensamento 
E a frescura da solidão feita  companhia 
Ondulam em  convicção  profundamente 
Águas  tão límpidas que  parecem poesia 
.
Fluem pensamentos de uma dura espera 
Enquanto uma brisa é mensageira de luz
Que me acompanha nesta louca quimera 
Quando um silencio ao puder me conduz
.
Sinto  uma brisa fresca em  minha alma
E o sol que  aquece  me transmite calma
No sossego em que observo a ondulação
.
O relvado verdejante  quando beija o rio
Em volta os murmúrios são perfeito brio
Por onde vagueio em pura descontracção
****
Cidália Ferreira.

7 de setembro de 2016

Neste ermo imaginário...angustiada.

Aguardo calmamente a tua chegada
No lugar onde havia deixado meu coração
Sinto que no silêncio tudo é cinzento
Até o vento sereno me causa tormento
E a tristeza me sufoca o olhar,
Conto os trilhos onde um dia passeámos
Olho as pedras com estorias carregadas
Penso nos momentos que um dia partilhámos,
Neste local onde te espero calmamente
Mesmo sabendo que possas nunca chegar,
.
Sinto os esvoaços das aves mensageiras
Olho em frente, imagino-te de costas
Sinto o meu coração em duro sufoco,
Meus olhos rasos de água, se escondem
Por entre debruços e tristeza,
Olho o horizonte por entre nuvens vazias
Sinto falta do carinho que trazias
E do teu rosto, o teu modesto sorriso,
Aguardo calmamente a tua chegada
Nem que para isso fique, aqui sozinha
Neste ermo imaginário... angustiada
***
Cidália Ferreira

5 de setembro de 2016

Queria tanto oferecer-te meus olhos sorridentes


Queria tanto oferecer-te meus olhos sorridentes
Queria tanto poder estender-te os meus abraços
Queria tanto poder partilhar momentos quentes
Queria, nem  que para  isso sentisse  embaraços
.
Queria tanto  sentir do teu corpo, a pele suada
Ver os teus olhos alegres,como o sol que brilha
Sentir o sorriso embaraçado no meu, à chegada
E no nosso olhar sentir que algo ainda fervilha
.
Queria olhar-te  nos olhos e perder-me  contigo
Entre abraços, palavras sentidas  e sem castigo
Não deixar que te afastem do meu pensamento
.
Queria olhar o horizonte e ver-te aqui tão perto
Sonhar que vagueio pelos trilhos, em céu aberto
Queria tanto ver-te chegar a qualquer momento.
****
Cidália Ferreira.

2 de setembro de 2016

De mãos dadas...

De mãos dadas pelo mundo
E pelos degraus de uma vida dura
Vale o carinho e a lealdade
E tudo o que em nós é profundo,
Quantos minutos eu conto
Não vejo passar o tempo,
Quantos cantos eu procuro
Para te poder encontrar
Nesta que é a minha luta
De te tratar com carinho
Neste tão árduo caminho
Onde o sentimento exulta.
.
De mãos dadas pelos trilhos
Do imaginário mais belo
Voam as folhas coloridas
Como pensamentos vãos,
Subi os degraus dolorosos
Imaginei-me em teu peito
Entreguei-me na incerteza
Do que amanhã pode vir,
E pelos caminhos difíceis
Sei que irei conseguir
Provar-te o meu respeito,
São os sentimentos sãos 
De quem por ti tem gratidão.
***
Cidália Ferreira.