30 de outubro de 2017

Que cheguem as ondas em calma brandura

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Que cheguem  as ondas em calma brandura
Na manhã que chegou com denso nevoeiro 
E chegues, ao meu pensamento, porventura 
Em tempo que ainda se encontra  soalheiro
.
Que cheguem os ventos, te tragam de volta 
E junto, os salpicos da perfumada  maresia 
Onde os meus sentimentos se sentem à solta
Apenas porque ainda te espero, com cortesia
.
Que chegues de mansinho, qual mar sereno 
Que me beijes o rosto  com um sopro ameno
Onde teu  abraço é meu desejo em cadência
.
E nestes breves momentos da minha solidão
Meus  pensamentos vagueiam em exactidão
Esperando o momento da nossa irreverência 
****
Cidália Ferreira.

27 de outubro de 2017

Desassossegado sossego...


O tempo passa, meu pensamento não sossega
As folhas caem ressequidas,
Lá longe, as nuvens passam, desaparecem
O sol nem sempre brilha em mim,
Este tempo incerto desassossega o meu eu
Faz calor, eu sinto frio
Um frio no desassossego da minha mente,
O tempo passa, tu não vens
Ainda te espero, como quem espera a chuva
Como quem espera o impossível
Numa tarde de outono, imaginária, docemente, 
.
Neste meu desassossegado sossego, onde guardo
As recordações que me fazem sonhar
Onde tantas vezes as olhos, lacrimejando, 
Mas meu olhar distante, vagueia
Por entre folhas ressequidas onde penso
Que seria de mim, sem teu apoio
Imaginação minha, por tanto amar,
Neste desassossego, infindável, constrangedor
Onde vives dentro de mim, apenso 
Mesmo que tempestades surjam de vez em quando
Existe, em meu desassossegado pensamento, amor.
***
Cidália Ferreira.

25 de outubro de 2017

Sou apenas o sonho, que me desencaminho.

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Sou apenas,  um pequeno sonho, que vive 
Com as ilusões à flor da pele, e por magia
Atravesso o infinito procuro o que não tive
Abraço-me ao imaginário que me contagia
.
Sou a sombra do caminho que te persegue  
O carinho escondido que nunca te mostrei 
Sou o sonho imaginário de quem  consegue
Caminhar no suspenso, até que te encontrei 
.
As nuvens carregadas nunca serão tormento
Os caminhos  bloqueados são aprendizagem
Em cada sonho que vivo, és o meu alimento
.
Sou o sonho deambulando em teu caminho 
Onde nos cruzamos  a meio de cada viagem
Sou apenas o sonho, que me desencaminho.
****
Cidália Ferreira.

22 de outubro de 2017

Nestas águas navegamos lado a lado

Nestas águas perfumadas da nossa essência
Onde navegamos e nos olhamos serenamente
Trocamos sentimentos sem falarmos
Através do nosso olhar de inocência
Onde demonstramos uma intensa saudade,
Somos cumplicidade de uma vida
Onde tantas vezes nos entregamos à loucura
E nestas águas navegamos lado a lado
Acompanhados da carinhosa fragrância 
.
Este perfume que exala a flor de lotus 
Tem um sentido especial à nossa volta,
Alegram nossos dias, mesmo que haja revolta
Trazem recordações, sentimentos verdadeiros,
Podem passar as turbulências do momento
Podem as lágrimas escorrer, pouco importa
Podem as palavras, por vezes, amargar 
Mas se soubermos que estamos em sintonia
Não há nada que nos faça naufragar.
***
Cidália Ferreira.

19 de outubro de 2017

Deixa que chuva abrande, e olha-me no rosto

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Meu amor, deixa que a minha alma te ajude
Deixa que meu coração, em mim, te recolha 
Que a chuva  não nos  machuque, nem mude
Teu sentimento por mim. Lágrima que molha
Meu amor, és estrela que brilha na escuridão
E que ilumina meus pensamentos no silêncio
Ao cair da noite sinto-me no meio da solidão
Porque te vejo partir, e desistir, em suplício  
.
Deixa que chuva abrande, e olha-me no rosto
Diz-me que não desistes das agruras teimosas
Deixa que te ajude a superar esse teu desgosto
.
O tempo, e tudo o resto  deixam-me obstinada
Onde tantas lágrimas me caem e são ruidosas  
Meu amor, deixa-me ajudar, nesta caminhada.
****
Cidália Ferreira.

17 de outubro de 2017

Que a chuva chegue e abunde, e mate o ladrão.

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A chuva chegou, mansa, ao cair da noite
Onde é tão desejada, como nunca foi,
Seu barulho lá fora consolava os corações
De um povo que sofreu desilusões,
Olhando em volta, e apenas o negro
De um verde reduzido a cinzas
E o cheiro denso a terra queimada,
Porque tudo o resto, levou o inferno,
É abençoada num momento de pesar
Onde não existem soluções e vai continuar,
.
Lamentam-se, vidas perdidas precocemente 
Culpa, que ninguém quer assumir
Culpa-se a falta do tempo de Inverno
Que teima em não querer chegar
O tempo muda constantemente,
Ouviram-se gritos de puro desespero,
Teme-se que mais vidas se percam
Por erros humanos que não têm perdão,
Que esta tragédia nos faça reflectir
Que a chuva chegue e abunde, e mate o ladrão.
***
Cidália Ferreira

Foto de Maria De Fátima.

16 de outubro de 2017

Portugal em chamas...

Foto de Cidália Ferreira.
Foto tirada da parte de fora da minha porta.
Foto de Lena Nogueira.
Foto de Lena Nogueira.
Foto de Lena Nogueira.
Não queria estar a escrever isto, muito menos mostrar imagens que, para quem as vive de perto são verdadeiros momentos de terror. Mais uma vez escrevo de coração triste, abatido, cheio de "raiva", por existir ao cimo da terra gente capaz de tais barbaridades. Não chove à meses. As matas estão ressequidas. Existem poços onde a água é escassa e outros já secos. Ontem estiveram 34 graus na minha zona, ventos fortes, mais pareciam de tempestade. Estamos no Outono.  Por estes dias prevê-se chuva em todo o País, mas não creio que venha a tempo de salvar alguma coisa. Mais pessoas mortas por causa do fogo, casas ardidas, fábricas...Enfim uma catástrofe de mão humana.

Os Bombeiros estão esgotados, não chegam para as centenas de fogos que ainda existem  neste momento. 
Estas imagens que mostro foram bem perto de mim...

UM BEM HAJA PARA OS BOMBEIROS, GUERREIROS DA PAZ QUE LUTAM ESTE MOMENTO CONTRA AS CHAMAS.  "enquanto os assassinos andam à solta a gozarem o prato"
Foto de Cidália Ferreira.
Esta imagem foi uma realidade de ontem em Portugal: Vieira de Leiria.

Hoje é isto, a tristeza que sinto não me deixa escrever mais nada

Cidália Ferreira.

14 de outubro de 2017

Carrego no meu olhar a lágrima mais retraída

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Carrego no meu olhar, um amor incondicional
Como o carrego, no meu  coração, e não minto
Quanto digo que daria a vida de modo racional
Por ti, que vives em mim, mas sempre distinto
.
Carrego no meu  olhar a lágrima mais retraída 
Que se perde em palavras e agruras do destino 
Quando me escorre  na alma leva-me à recaída
Restando-me mendigar o teu amor, clandestino
.
Olho-te com meu olhar sufocado pelo desprezo  
E meu coração  num reboliço, que menosprezo 
Por sentir, que o sol dá lugar aos dias cinzentos
.
Carrego-te no meu coração para todo o sempre
Mesmo que não te olhe, mas quem gosta, sente
Quando se precisa dum ombro, sem julgamentos
****
Cidália Ferreira

11 de outubro de 2017

Sinto arrepio dos ventos que me ofuscam

Sinto arrepio dos ventos que me ofuscam
Das tempestades que se aproximam
Como águas agitadas em mar longínquo
Que vão e vêm num sopro do pensamento,
Quero tréguas de vento que me sufoca
Quero encontrar o caminho, destino maldito
Quero vislumbrar-te no meu horizonte
E andar sem destino, qual lágrima que escorre
Percorrendo meu rosto que se sente aflito,
.
Sinto o arrepio do meu corpo cansado
Lutando contra a corrente, desanimado,
Este nevoeiro dilacera meu coração
Faz-me soltar a lágrima de aflição
O mesmo que te levou, incerteza do porquê,
Corri, fui atrás de ti, implorei aos ventos
Que voltasses, mesmo depois dos tormentos,
Fracassados momentos para esquecer
E esperar, que os ventos levem o nevoeiro.
***
Cidália Ferreira

9 de outubro de 2017

Não existe alegria quando tudo é cinzento

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Se tu soubesses como sofro neste momento
Quando observo à minha volta, ressequido
Já não existe cor, tudo será  um tormento 
Quando o meu  coração se sente, excluído
.
Não há nada  que te possa trazer de volta
Quando tua ausência, noto, tão marcante 
Sinto na tristeza, a minha própria revolta
Sinto falta d'outrora, tudo tão significante
.
Não existe alegria quando tudo é cinzento
Quando  tua falta, eu noto, no meu alento 
Neste momento tão seco, quanta ignoração
.
Se tu soubesses encontrar a minha tristeza 
E descobrisses, o que guardo em delicadeza
Saberias entender as coisas do meu coração.
.
****
Cidália Ferreira

6 de outubro de 2017

Sou prisioneira do meu insano pensamento

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Sou prisioneira do meu insano pensamento
Sem saber porque me sinto à deriva
Na procura de teu cheiro que cativa
Meu coração que emudece, por saber
Que no jardim onde as flores são silvestres 
Qual perfume das palavras que me ofereces 
Porque jamais o sentimento morrerá,
Sinto-me prisioneira desta insana loucura
Onde meu desejo é embarcar nesta aventura
Mas não estás, foste embora. Que tormento 
.
E no momento em que dou voz ao coração
É meu caminho intenso e tão duro
Por onde ando, apenas eu te procuro,
Pelos campos, prevalecem os amores
E as fragrâncias que nos são peculiares,
Tens o brilho e a beleza das flores
Porque só tua presença me faz sentir feliz,
É o teu sorriso, o meu perfume, e talvez
O elixir que alimenta minha alma,
Sou prisioneira do meu insano pensamento.
***
Cidália Ferreira.

4 de outubro de 2017

Procuro no meu silêncio o teu cheiro, a maresia

Procuro o meu porto seguro, longe do meu olhar
São tantas as marés, que me impedem de seguir
Nesta longa  caminhada procuro não mergulhar
Em sentimentos vãos onde não consigo usufruir
.
Cai a noite, sigo viagem procurando meu farol
As estrelas não tardam em fazer-me companhia
Enquanto no meu coração existir um pôr do sol
Jamais terei receio, de ajudar, quem me acolhia
.
Mas durante a caminhada neste, longo paredão 
Vislumbro um mar tão calmo, sereno, não é fim
Mesmo que a noite caia deixo a minha gratidão
.
Procuro no meu  silêncio o teu  cheiro a maresia
No horizonte  as águas serenam e dentro de mim
Faz-se noite, eu sozinha, vagueando em fantasia.
****
Cidália Ferreira.

2 de outubro de 2017

Longe ia meu pensamento ao amanhecer

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Longe ia meu pensamento tão triste
Sob as nuvens que aparecem turbulentas
Uma aragem que parecia insistir
Nesta tristeza que me invade o coração,
Longe vai meu desejo, em querer
Encontrar-te, abraçar-te sem limites
Entre tantas as palavras que desejava ouvir
Apenas sinto de ti, o afastamento
Como as nuvens que passam no momento
E emudecem meu coração, que não mente,
.
Longe ia meu pensamento ao amanhecer
Como tão desejadas eram as palavras
Longe te sentia como aragem que passava
Sem deixar rasto nem sinal de ti,
Mas ficam as marcas da tua ausência
Entre as nuvens que teimam em aparecer
Deixando meu sentimento a padecer
Pela ausência de tantos carinhos teus,
São momentos, desejos descontrolados
Que não passam de sonhos desencontrados
***
Cidália Ferreira.