Que cheguem as ondas em calma brandura
Na manhã que chegou com denso nevoeiro
E chegues, ao meu pensamento, porventura
Em tempo que ainda se encontra soalheiro
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Que cheguem os ventos, te tragam de volta
E junto, os salpicos da perfumada maresia
Onde os meus sentimentos se sentem à solta
Apenas porque ainda te espero, com cortesia
.
Que chegues de mansinho, qual mar sereno
Que me beijes o rosto com um sopro ameno
Onde teu abraço é meu desejo em cadência
.
E nestes breves momentos da minha solidão
Meus pensamentos vagueiam em exactidão
Esperando o momento da nossa irreverência
Esperando o momento da nossa irreverência
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Cidália Ferreira.