30 de março de 2021

Algures duma janela tão distante...

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Algures, a lua, é a visitante da noite
Luz que ilumina os mil pensamentos
Que vagueia pelos corações atentos
E sempre existe quem nela se afoite
*
Quem doe tempo e aproveite o olhar
Quem seja capaz de extrair o melhor
No silêncio da noite, respirar o amor
Sentido, numa radiante noite de luar
*
Mas algures duma janela tão distante
A solidão, dos dias e noites, é notória
Que se torna nostálgica, num instante
*
Ainda se nota um azul no céu, do brio
D'um dia extinto. Outro seja de vitória
Com o mesmo brilho dum dia sem frio
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Cidália Ferreira

28 de março de 2021

Os passeios que ficaram por fazer

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Continuamos com este confinamento
Continuamos a ser desordeiros
Que mantém, este maldito, ativo
Que não quer deixar as nossas vidas
Por isso, continuamos, neste tormento
*
Continuamos, a ser, o nosso inimigo
Que rompe as ordens do destino
Que desvaloriza o mais poderoso
Que pensa, que nunca acontece
Apenas olhamos para o nosso umbigo
*
É preciso, parar e olhar, para o futuro
Acreditar, que nada acontece ao acaso
Cada um, receberá da vida, o que deu
Não tenhamos ilusões, tudo se paga
É preciso obedecer, mesmo que seja duro
*
Pensar nas famílias que nunca mais se viram
Os passeios que ficaram por fazer
As festas que acabaram, com a alegria
A tristeza que se apoderou de todos nós
Mas acreditamos que melhores tempos virão!

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Cidália Ferreira

Ps: A imagem pode não se enquadrar com o poema, mas é precisamente assim, para atenuar "o tormento". Bom fim de semana, em casa...

26 de março de 2021

O sol jubila no universo, em esplendor

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Num paraíso, onde se vive de ilusões
Por vezes solitárias tão convincentes
Seja a primavera o foco das emoções
Revivem-se, momentos transparentes
*
Na transparência onde se encontra paz
Não existe poluição em solos sedentos
Apenas caminho restrito, em ser capaz
De observar, os dias, menos cinzentos
*
O sol jubila no universo, em esplendor
A solidão dos ramos, e os troncos nus
Mesmo que sejam sozinhos existe cor
Porque o sol nasce, e para todos reluz
*
O céu azul celeste, qual beleza poética
O silêncio dos passos, que ninguém vê
Estar em confinamento a ação frenética
Paraíso onde a humanidade não se revê
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Cidália Ferreira

24 de março de 2021

Vagueio, vou ao encontro da luz

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Vagueio entre trilhos e escadas
Entre paredes sombrias
Ramos e ervas selvagens
Escadas desgastas, vazias
Entregues à solidão dos dias
Esperando que sejam escaladas
Por quem vaguear pelas paisagens
*
Aparece uma luz que guia o caminho
O sol, e os raios luminosos
Guiando-me em sublime direção
Subo escadas, sentimentos receosos
Descubro a natureza, verdes viçosos
E entre o silêncio deste cantinho
Escuto ruídos mudos com o coração
*
Vagueio, vou ao encontro da luz
Do sol, da aragem em candura
Da fragrância da natureza
E pode até, parecer loucura
Mas, os meus olhos de ternura
Fixam-se na paisagem que seduz
Apreciando das escadas sombrias, a beleza.

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Cidália Ferreira.

22 de março de 2021

Em dia mundial da poesia, é Primavera

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Escrevem-se frases e palavras de amor
Escrevem-se estados de alma, e talvez
 E as mais belas declarações em altivez
Escrevem-se todas as coisas de humor
*
Oferecem-se carinhos através dos lábios
Versos com rima, angelical, pura magia
Feliz de quem sabe interpretar a poesia
Recitá-la. Árdua introspeção dos sábios
*
Em dia mundial da poesia, é Primavera
Desabrocham flores cantam os pardais
Na emoção onde transcende a quimera
*
Renascem de novo as árvores no jardim
Renascem pássaros e ninhos nos beirais
Como poesia, que se perfuma de jasmim
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Cidália Ferreira.

20 de março de 2021

Entre o silêncio das palavras

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Sinto que entrei no teu coração
Com o meu jeito
E a minha forma de ser
A capacidade de agarrar a emoção
Ver-te sorrir sem querer
Colocar suavemente no teu peito
A leveza da mão, com respeito
*
Agarras-me de forma surpreendente
Encostas-me a ti
Sussurras com o teu olhar
Deixas-me ofegante e carente
Por sentir a tua mão a fervilhar
É a emoção que sempre senti
Num sentimento que nunca te omiti
*
Mão na mão, olhares comovidos
Pensamentos libidinosos
E entre o silêncio das palavras
Fecham-se os lábios contidos
Abrem-se vontades efémeras
Entrelaçam-se os corpos ansiosos
Sentimentos, que viajam, impetuosos 

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Cidália Ferreira 

18 de março de 2021

Mar...Alimento ilusório...

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Faço do mar, o meu alimento inadiável
Mesmo em noites silenciosas e calmas
Recordo, o carinho doutrora, infindável
Como as ondas do mar olentes e alvas
*
Não pisarei a areia molhada, que brilha
Do reflexo da lua que parece escondida
Mas farei deste momento a minha trilha
Com alguém, que a alma sente, perdida
*
Encontrarei o caminho certo à beira mar
Guiada pela brisa numa maré tão serena
Que me enche o coração ao rever o luar
*
Sendo o meu alimento ilusório, um grito
Qual pedido urgente, só tu és meu lema
Da escrita, onde deslumbrante me agito
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Cidália Ferreira

16 de março de 2021

Vaguear de espírito livre, e sozinho

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Vagueio num paraíso matizado de cor
De verde esperança, cintilante
De luz do sol onde a paz constante
Está a cada canto, adornado de amor
*
Um silêncio que contagia o meu olhar
Perfume que se respira alegremente
Mesmo que sozinha me sinta carente
Nada há, de mais bonito, que o sol brilhar
*
Um banco vazio e tantas coisas passadas
Que não voltam mais. Haverá esperança
Na vida de tempestade, há a bonança
No momento de rever as minhas pegadas
*
Um vaguear de espírito livre, e sozinho
Apenas, observando, a natureza
Respirando o perfume com leveza
Fazendo do paraíso o meu belo cantinho
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Cidália Ferreira

14 de março de 2021

A compreensão verdadeira não tem preço. Obrigada.

imagem minha


 A vida nem sempre é como a idealizamos. Altos e baixos fazem parte de toda a humanidade. Os nossos blogues são janelas abertas para o mundo. 

Agora falando no singular. Se recebo um comentário gosto sempre de retribuir. Mesmo que não receba o retorno, prezo sempre por visitar todos os blogues que atualizam na minha lista favorita.  Não consigo...

Não sei se o mesmo acontece com alguém, mas, as visitas para mim, são a conta gotas e sempre com confirmação de robôs e todo o tipo de imagens. Não obstante, nem assim consigo. O sistema não me permite.

Peço alguma paciência a quem eu faltar, que são muitos, mas de momento fazer o que gosto, que é visitar-vos, não é possível! Obrigada pela paciência e compreensão...Vou tentando.

Para todos os quatro cantos do Mundo, um excelente Domingo, com muita saúde se for possível.🍀




Cidália Ferreira.

Aos amigos que me seguem e comentam...o sistema não me deixa comentar-vos. Daí a minha falta

Não é fácil, viver em constante desânimo...

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Tenho o coração frágil, por tanto cansaço
Tão cansado, chegando a causar uma dor
Tão estranha, assustando, quem o rodeia
*
Quem o rodeia, mostra, com sentimentos
Não é fácil, viver em constante desânimo
Porque a vida é tão frágil como a aragem
*
Neste cansaço constante existem alegrias
De curta duração. Que chegam, e partem
Deixando um vazio na alma de quem vive
*
Tento fechar o coração, e guardar a chave
Para que ninguém a encontre, e não saiba
Que guardo nele uma mistura de emoções
*
Guardo como se fosse um tesouro valioso
Porque a vida me ofereceu o mau e o bom
E apenas o bom quero lembrar, para sorrir
*
Tenho o coração frágil, por tanta querença
Dever que me rege, enquanto ser humano
Nesta jornada de vida...que a vida me deu.

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Cidália Ferreira

12 de março de 2021

Fome de viver, de respirar ...


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Oh mar... que já sinto tantas saudades
Saudades de te contemplar
De cheirar esse teu aroma a maresia
De te escutar, mesmo revolto
De sentir bater nos rochedos
De ver os recuos e avanços
Mesmo sentindo os meus medos
Fico ao longe, admirando, toda essa magia
*
Saudades... da liberdade, do ar livre
De caminhar sem canseira
De olhar o horizonte e não ver o fim
Mesmo que o dia pareça a noite
E as névoas se aproximem
Há sempre um certo alento
Da forma como se exprimem
E assim, existe vida, dentro de mim
*
Uma vida... onde a saudade, é como fome
Fome de viver, de respirar
De abraçar e sorrir, coisas normais
Sem ver os rostos tapados
Sem desconfianças, de tudo,
Oh mar, traz-me a liberdade de volta
O desconfinamento, mas sobretudo
Traz-me de volta, todas as coisas banais

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Cidália Ferreira 

10 de março de 2021

Vagueio em sonhos singelos

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Mulher que sou, e que sempre serei
A avó orgulhosa, uma mãe paciente
E que se divide pelos jardins. Eu sei
Que a vida me guia constantemente
*
A vida são constantes das incertezas
São, as emoções vividas, num só dia
São perfumes do jardim, são purezas
Que me removem de toda a nostalgia.
*
Nostalgia no jardim dos meus anelos
Onde me sinto Mulher, livre, e atenta
Quando vagueio em sonhos singelos
*
Mulher que sou e sempre serei assim
Agitação esforçada. Flor que sustenta
As mulheres que vivem no meu jardim
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Cidália Ferreira

8 de março de 2021

São dias assim no meu estado

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Não me apetece escrever, com rima
Nem dar azo ao lamento
Que toma conta de mim no momento
Me tira o sorriso do rosto
E me deixa tão triste, de cisma
*
Não me apetece, não ser eu, sincera
Nem escrever para fazer o jeito
Quero coisas que saiam de dentro do peito
Me deixem a mente a vaguear
Por entre todas as trilhas da quimera
*
Não me recusei olhar o céu nublado
Nem o sol, que me iluminou
Mas, por momentos me inspirou
Ajudando-me a sair desta solidão
Sem razão. São dias assim no meu estado
*
Não me apetece escrever com rima
Nem me apetece sair de mim
São simplesmente os dias assim
Que me deixam cair, sem ir ao chão
Porque há gente a puxar-me para cima.
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Cidália Ferreira

7 de março de 2021

Não há baú sem segredos ...

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Guardei a chave do baú dos meus segredos
Num cantinho especial, onde ninguém a vê
Guardo segredos invisíveis e ninguém prevê
Mas, jamais, farei deles nenhum dos medos
*
Um baú pequeno, afectuoso, mas tão grande
Onde, tão poucos têm, aquele lugar especial
Os poucos que o têm, é sobretudo, essencial
Mesmo que o tempo passe, que não abrande
*
Neste tempo que passa, onde sinto o sufoco
Nada mais é influente que este tempo louco
Onde os segredos guardados são invisíveis
*
Não há baú sem segredos, direi eu a brincar
Não há segredos sem amor, coração a amar
Não há amor sem contratempos impossíveis
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Cidália Ferreira

5 de março de 2021

Silêncios... d'outras paragens...

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A água corre, e some, com pressa
Escoltada de margens e caminhos
Parecendo a abandonada travessa
Onde outrora se trocavam carinhos
*
As nuvens, já não são as mesmas
O céu de tão triste sente deserção
São sinais do tempo... são cismas
Iludindo os olhares, noutra direção
*
Podem ser riachos, lagos, ou rios
Podem umas, e outras paisagens
Podem ser ânsias ou ser calafrios
Dos silêncios... d'outras paragens
****
Cidália Ferreira

PS: Por motivos alheios à minha vontade (talvez do sistema) não consigo comentar em nenhum blogue. Andam Robôs, carros, passadeiras, hidrantes, palmeiras, colinas, chaminés etc...etc...é um pula pula que até os olhos me saltam. Não consigo. Vou tentando...

3 de março de 2021

Seduzida pela leveza do horizonte


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Meu coração entrega-se ao destino dos dias
Ao mar revolto constantemente
Talvez seja desejo de o sentir a meus pés
Respirar a maresia, deixar-me vaguear
Esperar pelas ondas sem perder o encanto
Do pôr do sol, que enfeitiça a minha alma
Pela beleza que mostra na valentia das ondas
Deixando-me seduzida pela leveza do horizonte
*
Sinto que as ondas serenas bailam para mim
Deixando na minha alma, a leveza
Um sorriso no rosto, sem jeito
Uma lembrança tua, e em silêncio
Não consigo deixar de seguir o destino
Do sol que desaparece no mar
E que irá despontar noutra direção,
Anoitece e o meu coração procura o teu
*
Acalento-me à beira mar, esperando a maré
Mimando o meu, e o teu coração
Esperando a brisa suave do novo dia
Outras ondas, quais mensagens segredadas
Mas, descalça, caminharei em frente
Acompanhada pelo som das ondas
Sem deixar para trás as pegadas
Mas apreciando a beleza com olhos de ver.

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Cidália Ferreira

Hoje, também com participação especial no blogue da "Sempre Miúda". Visitem

1 de março de 2021

Um brinde a mais um dia vivido, ao sol posto

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Enamorados olhares, atentos, enternecidos
Quando apreciam o mais belo do horizonte
Mãos entrelaçadas, brinde, e o sol defronte
Em dias longos que já se sentem aquecidos
*
Calor humano, inunda alegria nos corações
Sentem borboletas na barriga, ao fim do dia
Recordam tempos onde tudo parecia magia
Enamorados os olhares cheios de emoções
*
Um brinde a mais um dia vivido ao sol posto
Ao amor existente, e em dois copos de licor
Quando bebidos, ao ar livre, mas livremente
*
E ao cair da noite onde tudo é o pressuposto
Existe aconchego entre dois seres. É o amor
Resistindo à beleza da natureza eternamente
****
Cidália Ferreira