31 de outubro de 2020

Olhar atento e saudoso...

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Num olhar atento, triste, sorridente
E uma brisa suave que me acaricia
Um pensamento ilusório, que vicia
Em tristeza escondida serenamente
*
Um raio de sol, seca a folha que cai
Como uma lágrima rolando no rosto
Que em silêncio me diz...é desgosto
Mas a solitária árvore tanto me atrai
*
Cores ressequidas, numa beleza rara
Onde prendi meu olhar de passagem
Na leitura do pensamento, a aragem
Num olhar atento e saudoso, na cara
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Cidália Ferreira

30 de outubro de 2020

Defuntos confinados...

Estou/ estamos assustados com a segunda vaga da pandemia, que está a agravar-se. Acho mesmo que todos vamos passar por isso, de uma maneira ou de outra. Oxalá me engane.

Tenho a noção dos cuidados que devemos ter... A“ obrigatoriedade” de ficar em casa é a melhor solução. Porém, há quem não o possa fazer derivado aos trabalhos, escolas etc.. Todos corremos riscos. Também tenho a noção/tristeza, que há familiares chegados - tios, que muito amo – que vão ficando para trás.  Não me conformo é, porque é que nem todos se comportam como mandam as regras? Será que a pandemia é só para alguns? Bem sei, devemos fazer o nosso melhor e deixar os outros, mas revolta!

Este fim de semana estão os Concelhos fechados, por causa dos finados. (Dia de todos os Santos). “Será medo que os santos se soltem e então sejam o descalabro? LoL” Claramente que brinco. Mas digam-me: se não há a habitual cerimónia nos cemitérios, porque não os fecham no Domingo? Porque é que preferem fechar os Concelhos, de 30 a 3 De Novembro?

Uma coisa eu acho que sei, se este feriado tivesse interesses (lucros) para o Estado, certamente que não fechariam nada. Como os defuntos não andam de F1, tirara-se-lhe a Missa e fecham-se os Concelhos. Amem...


Cuidem-se e protejam-se, a vós e aos aos outros.
É tudo, por agora! 
Cidália Ferreira.

29 de outubro de 2020

Lembras-te do meu primeiro sorriso?

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Lembras-te do meu primeiro sorriso?
Talvez não te lembres meu bem
Mas eu lembro-me tão bem, do teu,
Naquele fim de semana, chuvoso
Onde as cores de outono eram predominantes
*
O frio passava-nos ao lado
E os nossos olhares entrelaçados
Selaram a nossa força
Como fossemos um só coração,
O meu sorriso, era esfuziante, inevitável
*
Chovia, sentia-me deveras abençoada
O meu coração batia fortemente
Os meus olhos quase não acreditavam
Mas eras tu, esse Ser tão bondoso
Que me acompanhava em todas os sonhos
*
A cada abrir de janela parecia um sol sorridente,
Parecia, é uma palavras estranha,
Porque na verdade, entraste e não mais saíste
Percebes porque ainda me lembro?
Porque ainda permaneces no meu coração!
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Cidália Ferreira

27 de outubro de 2020

Algo vai morrendo lentamente

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A vida é uma dura constante, em redopio
É entendida no desentendimento
É o esforço desgasto deixando o vazio
Nas palavras mudas em sentidos opostos
É o olhar em silêncio na alma que dói
Sentir que é sufocante tal tormento
Numa casa habitada, tão vazia, mas corrói
*
As coisas passam, mas enquanto não passam
Algo vai morrendo lentamente
Os silêncios são os ruídos que cansam
As palavras caladas magoam a alma
Deixam que a solidão sofra de dor
Que, pelo tempo, já se sente deprimente
Onde falta tudo, incluindo o amor
*
Estão os sentimentos confinados, tristes
Soltam-se as lágrimas magoadas da solidão
Quando no vazio da alma tu insistes
Em guardar o carinho para depois,
Depois, quando já não houver tempo
Porque o tempo passa, mas o coração
Vai sofrendo nas constantes do contratempo
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Cidália Ferreira

25 de outubro de 2020

Preciso de ti, da tua malícia ...

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Preciso de ti, neste mundo de fantasia
Preciso das tuas palavras, de conforto
Das carícias, dos sussurros, da malícia
Tenho o meu peito triste, quase amorfo
Saudade, que o teu abraço seja a magia
*
Se preciso for, eu acalmo, mas reclamo
Eu fico no silêncio das palavras densas
Eu espero, entre paredes que se perdem
Pelas palavras, proclamadas, e intensas
Mas jamais esqueço. Sei quanto te amo
*
Preciso de ti... como o dia precisa de luz
Como são precisos momentos de lucidez
E entre os nossos trocadilhos alucinantes
Dar movimento a sentido, com sensatez
Da mensagem, que o teu Ser, me traduz
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Cidália Ferreira

24 de outubro de 2020

O presente e um futuro...num passado


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Existe um cansaço do cinzento dos dias
Dos ventos soprando em minha direção
Das palavras vazias que ferem o coração
Deixando um silêncio pelas ruas fugidias
*
Não existe a miragem sobre o meu olhar
Nem imagens que eu esperava encontrar
Existe uma força que a alma quer separar
Ficando a viagem que fiz, ao verbo amar
*
Quando a minha alma não poder oferecer
O que tanto suplicava, e em troca de nada
Talvez no cinzento dos dias esteja o errado
*
E pelas ruas fugidias onde tento entender
Quando a vida existe numa longa jornada
Num presente e um futuro...num passado
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Cidália Ferreira 

22 de outubro de 2020

Morre lentamente ...


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Morre lentamente o outono envergonhado
Morre lentamente o lixo das sarjetas
Morre lentamente, a alegria que ainda existe
Morre lentamente este sonho enamorado
*
Observo a janela que suporta o temporal
Observo as árvores que sacodem os ramos
Observo, como é dura a realidade
Observo, como a solidão é surreal
*
Uma bebida quente para acalentar a alma
Um livro em branco já desgasto pelo tempo
Uma cadeira rodando alcançando o horizonte
Escorre a chuva pela vidraça, que se desalma
*
Imagino, quão furioso, está o tempo lá fora
Imagino as sarjetas carregadas, inundadas
Imagino, a aflição de cada um, que o sente
Morre lentamente, o outono, chegando a hora
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Cidália Ferreira 

20 de outubro de 2020

Quão cinzenta é a vida ...

 

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Há uma tempestade que se aproxima
Pelo calor que se sente
Da desconfiança, medo de acreditar
Que o tempo poderá mudar
Numa anunciada ventania, estranha
Sacudindo tudo, ferozmente
Deixando no ar uma certa melancolia
*
O céu mostra nas cores um estranho matizado
Há uma tristeza invade toda a minha alma
Que se esconde entre silêncio e solidão
Porque é difícil controlar a emoção
Tudo fica numa alvoroçada tristeza
Tudo é revolta, e nada me acalma
Sinto-me sozinha no meio das entrelinhas
*
E ao ouvir cair a chuva nos beirais
Observo, o quão cinzenta é a vida
Quando se sente partir os demais
Fica um sentimento forte, à deriva
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Cidália Ferreira

18 de outubro de 2020

O desejo dos dias com cor...

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Ainda existe um pouco de esperança
No meio de tanta turbulência, agonia
Medo de deambular na bruma do dia
Mesmo que a solidão seja a distância
*
Até as flores enjeitadas nos canteiros
Sentem a solidão passando a seu lado
Sentem, que a brisa  do dia enevoado
Podem tornar os amores aventureiros
*
Mas tudo em volta parece uma ilusão
Como as promessas feitas em outrora
Que tudo era diferente, tudo era amor
*
Mas, se bem entendo o meu coração
Nem tudo é nocivo, depende da hora
Porque hão-de chegar os dias com cor
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Cidália Ferreira 

16 de outubro de 2020

Baloiço do tempo...

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Algures num baloiço observando o tempo
Temendo as intempéries, e em cada sonho
Um vazio no horizonte, uma brisa doentia
*
Nem o sol brilha da mesma profundidade
Nem as aves esvoaçam com a mesma luta
Nem o tempo passa, dum pesadelo surreal
*
Sinto, que uma pressão, no ar que respiro
Me sufoca o pensamento, e não se liberta
Da alma que se sente vazia, e tão sozinha
*
Das minhas palavras que imagino escrever
Se o tempo, me deixar respirar, no meu eu
Libertar-me-ei, dos delírios, que sonho ter
*
Do vazio onde retiro os meus pensamentos
Falo sozinha, encho o coração de saudades
E sorrio para o tempo que faz à minha volta
*
E se o tempo, não chegar a tempo de te ver
Certamente que te guardo no meu cantinho
Esperando que melhores dias nos chegarão
*
Se encontrares um baloiço vazio, é o nosso
Aquele onde tantas vezes sonhamos os dois
Mesmo, que a solidão, fosse a companheira
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Cidália Ferreira 

14 de outubro de 2020

Inocência confinada...

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Sente-se nas folhas a intensidade
De um outono empurrado pelo vento
Secas, agrestes, amontoadas
Inundando jardins com voracidade
Mostrando a maldade do tempo
Onde se perde a beleza dos olhares
De quem passa e não gosta de ver
*
E na inocência de qualquer criança
Que faz da brincadeira a sua alegria
Jogando pelo ar folhas ressequidas
Na sua simplicidade de esperança
Das folhas em movimento, a magia,
O erro humano, o desleixe
Onde o perigo espreita sem saber
*
Fecham-se portas, abre-se o receio
Abrem-se os olhares confinados
Corações atentos e saturados
De tudo o que enlaça este passeio
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Cidália Ferreira

12 de outubro de 2020

Flores que sublimam o olhar

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Verdes são os campos em tempos de pandemia
Coloridas são as flores que sublimam um olhar
Quando, embriagado, por um simples desfolhar
Deixando ardente um sentimento que se perdia
*
Aragem perfumada, são as partículas da saudade
O amor que se busca em cada pétala que se colhe
O consolo que assossega, porque alguém escolhe
Os caminhos que nos guiam buscando felicidade
*
Verdes são os campos, em qualquer uma estação
Onde se soltam em liberdade nulos pensamentos
Onde se revigore a vida, a alma, numa só difusão
*
Mesmo, que a paixão pelos campos, seja ardente
O caminho se faça no silêncio em complementos
Haverá uma paz que se busca, e entrará na mente
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Cidália Ferreira

10 de outubro de 2020

Felicidade...

 

Não existe felicidade maior que ver a Família a aumentar. Vem aí mais uma Maria. Que orgulhosa me sinto por poder partilhar esta alegria convosco. No inicio de 2021 chegará a nós! 

Desejo-vos um excelente fim de semana. 
Amanhã colocarei as visitas em dia.  Cidália Ferreira.





9 de outubro de 2020

Entreguei um sonho à lua


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Prometi à lua um segredo
Que guardo, com preceito
Não é bom nem é degredo
Mas é sim, o meu respeito
*
Prometi à lua, num sonho
De nunca deixar de amar,
No momento tão tristonho
E promessas feitas ao luar
*
Jamais me deixarei atingir
Pelas noites mal dormidas
A lua tenta, de mim, fugir
E as estrelas ficam retidas
*
Entreguei um sonho à lua
Por não o ter consumado
Das promessas, fui só tua
E tu, o meu único amado
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Cidália Ferreira

7 de outubro de 2020

A imaginação duma dança sem chão.


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 Chegou o outono e os dias cinzentos
A melancolia do tempo, da chuva
O sol escondido entre nuvens
Os pensamentos carregados de tristeza
Mas nada é mais forte que a própria vontade
*
A vontade de viver, mesmo na ansiedade
A imaginação duma dança sem chão
As flores que rodeiam o pensamento
A aragem que alimenta a alma
Mesmo num outono confinado
*
Tempo ameno e uma alma que dança
Entre a aragem, liberta dos nós
Não há nada que satisfaça um corpo isento
Quando se sente voar pelo imaginário
Regressando novamente à melancolia
*
Chegou o outono... a noite chega devagar
Longa, para descobrir outros sonhos
Sentir a leveza, e mesmo contrariada
Imaginando a dança, boa companhia
Os dias cinzentos tornam-se mais coloridos
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Cidália Ferreira

6 de outubro de 2020

O silêncio que deslumbra pensamentos

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Deixei meu coração nos areais da praia
Para que as ondas mo levassem, para ti
Para que os meus beijos fossem cobaia
E, te trouxessem, suavemente, até aqui
*
Pelas sombras da escuridão, a maresia
O silêncio que deslumbra pensamentos
Na areia molhada tento esculpir poesia
Deixando a mensagem dos sentimentos
*
Cintilante, a lua, nas águas tão serenas
Ondas bordadas de meiguice e emoção
Numa noite de energias e de cantilenas
*
Na luminosidade que a lua nos oferece
Está a embriaguez nas orlas do coração
Que o tempo, mesmo frio, não arrefece
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Cidália Ferreira 

4 de outubro de 2020

Voa...Em direção à Felicidade...

 

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Voa, vai encontro do teu futuro
Abre as asas... solta-te...
Segue o que pretendes, não tenhas medo
Confia na brisa que respiras
E no mar que te alimenta, e te acolhe
Mas nunca percas o rumo do teu berço
*
Num voo, que por amor vais realizar
Que os teus sonhos sejam os pilares na vida,
Nunca percas esse sorriso de menina
Nem a humildade com que te fizeram crescer,
Voa... agarra a vida, sê feliz...
Mas nunca esqueças os teus princípios
*
Voa... com a mesma convicção de sempre
Agarra a vida, ama, e deixa que te amem
Nunca desprezes a vida, que é tão bela
Agarra a tua fé, segue viagem,
A felicidade espera-te... mais além
Agarra-a. Vive-a, como tão bem mereces

*

E se mais além encontrares a tua felicidade
Divide-a com o amor que escolheste para a vida
Sigam o vosso rumo, mas sempre com lealdade
Porque a vida faz sentido se for bem resolvida.
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Da Tia Orgulhosa; Cidália Ferreira


2 de outubro de 2020

Um colo que oferece o seu carinho...

 

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Tempos passados em telas guardadas
Olha-se, sentem-se saudades
Memórias que o tempo não apaga
Quando tão duras eram as batalhas
Como o tempo agreste, de realidades
Era injusto, a vida, tantas vezes negada
*
Rostos cansados, mas batalhadores
Abraçados aos desígnios do realismo
Pés descalços em tela pintada
Olhares desconfiados dos seus valores
Mesmo que fossem noutro civismo
Existe a beleza que um quadro guarda
*
Outros tempos, outras vidas. Memórias
Um colo que oferece o seu carinho
E os olhares que desfolham as estórias
Envaidecem-se, num coração pequenino
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Cidália Ferreira.

Participação especial, com o Blogue, da amiga Marta Vinhais |COM AMOR| Cliquem e participem também.