Gritos desmedidos, de gente, em aflição

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São noites e dias seguidos, sem parança

Gritos desmedidos, de gente, em aflição

Vidas suadas, lutas perdidas, e desilusão

De quem vê na sua fé total desesperança

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A luta de quem tenta soltar as suas dores

Desespero, de que a fuga não tenha saída

Destruição sem limites de toda uma vida

E a maldição dos fogos tão devastadores

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O cansaço de quem nada mais pode fazer

Olhos tristes que escondem a dor da alma

Gritos descontrolados de quem se desalma

É uma luta que não se consegue descrever

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Triste realidade, num sentimento profundo

Num apelo solta-se o grito de solidariedade

É preciso vestir a pele de outra humanidade

Duma desgraça que deixa o povo moribundo

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Cidália Ferreira