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Correm as mágoas pelo rio abaixo
Levando as palavras insignificantes
Deixando a amargura nas margens
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Quando a tempestade se repousar
E com ela o sentimento adormecer
De certo, que acordará, silencioso
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A fluente que leva a paixão mortiça
Deixa nas águas mensagens banais
Dilacerando o coração, gota a gota
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Correm as mágoas, como ninguém
Olha-se a margem do rio, e tão frio
Caem gotículas do meu rosto vazio
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Cidália Ferreira