Já não sei que sou, nem
donde venho
Não sei se é sonho ou a
realidade
Não sei se vá, ou fique,
já não sei
Já não sei, se envelheço,
se mantenho
As cicatrizes do tempo
Numa dança do destempo
Onde a esperança é a
última a morrer,
Abraço este antigo ditado
Para atenuar a dor do
desespero,
Nesta dança onde o sentimento impera
E desgasta, num tempo que não espera
*
Já não sei quem sou, eu
reconheço
O coração já não aguenta
este ritmo
Tudo é duro, até o ar que
se respira
Quando o silêncio sufoca
Nesta dança, que é a vida,
de uma vida
Nada importa, tudo se torna
tão cinzento,
Quando em mim impera a
imponência
No coração se gera a
infelicidade
Por não ser capaz de me socorrer,
Já não sei quem sou, sem
felicidade.
***
Cidália Ferreira.